DESAFIO DO ATENDIMENTO ODONTOLÓGICO EM PACIENTES AUTISTAS: ESTUDOS DE CASOS

Emanuela Luize Zardin, Jorge Ricardo Schmidt Maas

Resumo


Introdução: O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um Transtorno Global do Desenvolvimento (TGD) e foi descrito pela primeira vez por Léo Kanner, em 1943, nos Estados Unidos, e por Hans Asperger, em 1944, na Áustria. É considerado um transtorno de primeira infância por ser diagnosticado antes dos 3 anos de idade, estando presente desde o nascimento. Atualmente, de acordo com o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais 5ª edição (DSM-5), o TEA é classificado em três níveis de gravidade: nível 1, nível 2 e nível 3. O TEA afeta principalmente as três grandes áreas do desenvolvimento: a interação social, a comunicação e o comportamento. Esses fatores dificultam o atendimento odontológico do paciente autista principalmente na relação profissional e paciente (manejo). Objetivos: Apresentar o autismo e suas peculiaridades. Identificar os desafios do atendimento odontológico de pacientes com TEA. Apresentar uma conduta correta de manejo durante o atendimento odontológico. Realizar profilaxias mensais nos pacientes autistas. Orientar os cuidadores de como realizar a higiene bucal em casa. Introduzir hábitos de higiene bucal ao paciente autista e cuidador. Aplicar o conhecimento de promoção em saúde. Metodologia: O presente trabalho é um relato de casos clínicos. Os atendimentos são realizados na Clínica de Odontologia da Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, juntamente com o Projeto de Extensão Sorriso Especial: atendimento odontológico à pessoas com deficiência. São agendadas consultas mensais ou de acordo com a necessidade de cada paciente, conforme o manejo. Cada paciente tem suas características e grau de autismo diferentes. Devido à falta de motricidade fina e a imaturidade das pessoas com deficiência, o procedimento clínico visa a eliminação total da placa bacteriana, por meio de profilaxias profissionais. A profilaxia é realizada com pedra pomes e pasta profilática sendo finalizada com o uso de fio dental. Nos pacientes que o manejo é mais complicado, as consultas serão agendadas semanalmente de modo que o autista se acostume ao ambiente do consultório odontológico e da rotina. Resultados: O atendimento odontológico de autistas é possível, sendo indispensável conquistar o paciente e sua família, motivar os cuidadores para que ambos entendam a importância do trabalho preventivo na odontologia, principalmente para pessoas com deficiência. Conclusão: O atendimento odontológico de pacientes com TEA é possível com êxito. A filosofia preventiva é a principal forma de atendimento, proporcionando também saúde e qualidade de vida. Devido à filosofia preventiva se tem o manejo do paciente de coadjuvante.


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