APLICAÇÃO DE ENSAIOS ECOTOXICOLÓGICOS E GENOTOXICOLÓGICOS UTILIZANDO DAPHNIA MAGNA E EISENIA ANDREI COMO BIOINDICADORES, EM SOLOS DE CULTIVO DE TABACO ORGÂNICO E CONVENCIONAL, MUNICÍPIO DE SANTA CRUZ DO SUL, RS, BRASIL

Adriana Dupont, Micheline Castro de Oliveira, Alexandre Rieger, Daiane Cristina de Moura, Eduardo Alexis Lobo Alcayaga

Resumo


Este estudo visa analisar os impactos ambientais, associados aos contaminantes terrestres e aquáticos, provocados pelo cultivo de tabaco convencional e orgânico no interior do estado. Como forma de amenizar os efeitos negativos, novas formas de cultivo estão sendo desenvolvidas, destacando o cultivo orgânico, definido como um sistema de produção que exclui o uso de agrotóxicos, fertilizantes e qualquer tipo de aditivo químico. Entretanto, observam-se algumas discrepâncias como, por exemplo, a utilização do inseticida de origem natural produzido a base de óleo de Nim (Azadiractha indica), classificado como pertencente à classe toxicológica III (medianamente tóxico) pela ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), tornando necessário, desta forma, uma avaliação mais rigorosa sobre ambos os tipos de cultivos. Para a avaliação de impactos ambientais, ensaios ecotoxicológicos são amplamente utilizados, podendo ser complementados com testes genotoxicológicos, com destaque para o Ensaio Cometa (EC), que diferentemente dos testes ecotoxicológicos, permite avaliar danos no DNA passíveis de reparo. Nesse contexto, o objetivo deste estudo foi avaliar as respostas ecotoxicológicas e genotoxicológicas dos solos de cultivo de tabaco convencional e orgânico no Município de Santa Cruz do Sul, RS, utilizando como organismo teste o microcrustáceo Daphnia magna e a minhoca Eisenia andrei. Ainda, analisou-se um solo proveniente de lavoura de tabaco convencional em desuso há um ano, a fim de avaliar a toxicidade após sofrer com as intempéries do tempo. Todavia, no laboratório uma amostra de solo foi contaminada com o inseticida de origem natural produzido a base de óleo de Nim, de forma a aferir sua toxicidade. Para a aplicação de bioensaios, adotaram-se as respectivas normas de toxicidade aguda para cada organismo teste, além do Ensaio Cometa (EC) versão alcalina para ambos. O EC permitiu a obtenção de dois tipos de dados: a Frequência de Dano (FD) e Índice de Dano (ID) no DNA. Em relação ao teste de ecotoxicidade aguda, os resultados indicaram ausência de toxicidade para todas as amostras de solo e para todos os organismos-testes. Contudo, os resultados dos testes de genotoxicidade indicaram, com exceção da amostra de solo convencional em desuso por um ano em E. andrei, efeitos genotóxicos em todas as amostras e em todos os organismos-testes. Esta condição demonstra que tanto a produção orgânica quanto a convencional de tabaco se constituem em potenciais poluentes do meio terrestre e aquático. Dessa forma, estes resultados demostram a importância do uso de testes toxicológicos complementares, destacando o EC como importante ferramenta de avaliação ambiental.

Palavras-chave: impactos ambientas; contaminantes; cultivo de tabaco.

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