INTERVENÇÃO NA CRISE: ATUAÇÃO PROFISSIONAL PSICOLÓGICA E REDES DE APOIO
Resumo
O presente resumo é resultado de um trabalho realizado na disciplina de Intervenção na Crise, que cursamos em intercâmbio no ISPA (Instituto Superior de Psicologia Aplicada), na cidade de Lisboa, Portugal. Este trabalho visa abordar o que é a Intervenção na Crise, seus modos de atuação e as redes de apoio que podem emergir no decorrer do processo. Entende-se como uma situação de crise um período de vida em que a pessoa se encontra em um estado de desequilíbrio emocional, precipitado por um evento estressor. Dessa forma, sente-se incapaz de sair desta crise com os recursos de enfrentamento que habitualmente utiliza em outras situações que a afetam emocionalmente. Ao mesmo tempo em que uma crise pode se configurar como um perigo, no sentido de aumentar a vulnerabilidade ao distúrbio mental, também pode servir como uma oportunidade de crescimento pessoal, tornando o sujeito mais preparado para enfrentar futuras situações adversas. Sendo assim, torna-se importante a atuação e intervenção de profissionais nas situações de crise, realizando um acompanhamento desde o início do acontecimento, a fim de fornecer um suporte emocional aos sujeitos, bem como auxiliar em questões práticas. A atuação do profissional tem como objetivo proporcionar assistência à vítima para que ela consiga retornar ao seu nível de funcionamento adaptativo, além de prevenir ou ao menos minimizar o impacto negativo do trauma psicológico. Os principais objetivos da intervenção na crise são a estabilização do sujeito, o alívio dos sinais agudos e sintomas de distresse e a restauração do funcionamento adaptativo independente. Para isso, é importante atuar de forma imediata, estabilizar e proporcionar entendimento ao sujeito, focando na sua resolução de problemas dentro do contexto daquilo que a pessoa sente, tentando encontrar maneiras de enfrentar a situação e fortalecer a autoconfiança. Assim, objetivando restaurar o equilíbrio emocional do sujeito, o profissional buscará contribuir no processo de identificação de estratégias e na resolução de problemas, mas será o próprio sujeito quem deverá tomar a decisão final, preservando a sua autonomia. Ademais, para que o trabalho se torne efetivo, o interventor deverá contar também com o apoio da família e os contatos sociais próximos do sujeito. A mobilização dessas redes de apoio e do engajamento do próprio sujeito irão colaborar no processo de recovery, que significa não somente a recuperação, mas um processo em que a dor vai sendo trabalhada para que o sujeito consiga lidar com a situação, reerguer-se e alcançar sua autonomia. Ou seja, trata-se de tornar-se resiliente frente a este ou futuros momentos de crise, encontrando forças para traçar estratégias e aplicá-las como forma de prevenção ou resolução de problemas. Vale ressaltar que a intervenção na crise ocorre de maneira breve, mas não precisa se restringir apenas ao momento crítico do evento, podendo se estender por um período maior, dependendo da gravidade do problema, mas sem assumir um caráter de psicoterapia. Também é importante lembrar que, mesmo estando amparado pelos princípios básicos de atuação, o profissional sempre deve considerar as especificidades de cada caso, planejando sua intervenção conforme a situação apresentada, dentro de um enquadramento psico-socio-cultural.
Palavras-chave: equilíbrio emocional; intervenção na crise; funcionamento adaptativo.
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