Introdução:O conceito de tecnologia em saúde abrange qualquer intervenção que pode ser utilizada para promover a saúde.Podem ser classificadas como leves, que são as das relações; as leves-duras, que abrangem os saberes estruturados, tais como as teorias e, as duras, que compreendem os recursos materiais. As práticas do trabalho na atenção básica precisam contemplar diferentes tecnologias de maneira apropriada, dependendo das necessidades de saúde, que incluem as ações e os serviços de saúde que os indivíduos necessitam para ter condições de vida melhores.Objetivo: Evidenciar a eficácia da utilização de tecnologias leves e leves-duras na Atenção Básica em Saúde. Método: Estudo de caso de paciente I.M.S., sexo feminino, 39 anos, divorciada, dois filhos, auxiliar de limpeza e afastada do trabalho por orientação médica, sem receber benefício trabalhista. O diagnóstico clínico caracterizou-se como Discopatia em L4 – L5 e em L5 – S1 e Osteoartrose no segmento lombar inferior. Estava em acompanhamento com ortopedista, em que inicialmente havia indicação cirúrgica, posteriormente, sendo descartada. A queixa principal consistia em “Dor atrás, nas costas e quando caminho um espeto parece que tá no calcanhar”. A paciente se mostrava emocionalmente abalada pela situação financeira e problemas familiares, que podem ter repercutido no quadro de algia intensa na região lombar e membros inferiores. A abordagem terapêutica incluiu a aferição dos sinais vitais, a escuta, os exercícios de relaxamento corporal, as orientações para os cuidados posturais nas realizações das atividades de vida diária, a importância de um tempo para si, do lazer e das relações sociais e encaminhamento para assistência social via Núcleo de Apoio de Saúde da Família – NASF, devido às dúvidas da paciente sobre seus direitos trabalhistas. As atividades ocorreram durante o Estágio Supervisionado na Saúde Coletiva I, no período entre março e julho de 2016, em uma Estratégia de Saúde da Família de Santa Cruz do Sul, RS. Foram realizados cinco atendimentos por meio de visitas domiciliares semanais, com duração de 45 minutos. Resultados: Aproximando-se do final do período do acompanhamento fisioterapêutico,a paciente mostrou melhora do quadro de dor, maior relaxamento, aumento da mobilidade,da capacidade para realizar as atividades de vida diária e da disposição. Segundo ela, a melhora ocorreu por ter seguido as orientações recebidas, se sentiu mais segura, valorizou mais o lazer, voltou a fazer o que gosta e a ter convivência com amigos. Conforme a paciente, havia falta de convívio com familiares e amigos e de participação em eventos sociais, pois a mesma acreditava que “incomodava os outros com suas queixas de dor”. Considerações finais: As tecnologias leves e leves-duras podem exercer um impacto positivo na reabilitação de pacientes atendidos na atenção básica. A formação do vínculo, a escuta, o apoio e as orientações, quando individualizadas e respeitando a singularidade de cada sujeito, e ainda, considerando todas as dimensões que impactam na situação de saúde, são elementos primordiais para o sucesso tanto na promoção, prevenção e reabilitação em saúde.