EXPERIÊNCIAS DOS ESCRITÓRIOS DE ARQUITETURA E URBANISMO (EMAU): UMA REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
Resumo
Um Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (EMAU) é, assim como qualquer outro escritório modelo, uma tentativa de unir a teoria, aprendida nos Cursos de Arquitetura e Urbanismo, à prática. Ele serve como um estágio profissional, no qual o acadêmico poderá visualizar o destino final dos projetos arquitetônicos – algo que complementaria o conteúdo desenvolvido principalmente nas disciplinas de Projeto de Arquitetura. Os EMAUs começaram a surgir após o início da década de 1990, a partir de um esforço coletivo, espontâneo e voluntário, de um corpo estudantil. Além disso, o conceito de EMAU também passou a ser divulgado e fomentado pela Federação Nacional de Estudantes de Arquitetura e Urbanismo (FeNEA). O objetivo deste trabalho é apresentar uma revisão bibliográfica acerca da experiência dos EMAUs, com a intenção de subsidiar uma futura implantação no Curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Através dos descritores “escritório”, “modelo” e “arquitetura”, pesquisaram-se e selecionaram-se artigos publicados na íntegra entre os anos de 2008 a 2016, que abordassem a temática dos EMAUs, disponíveis online em sites de universidades, uma vez que não foram encontrados em outros bancos de dados confiáveis. Assim, foram selecionados 6 artigos, que após a leitura de cada um, identificaram-se diferentes modelos de EMAUs, que foram comparados quanto ao seu surgimento; os princípios; forma de atuação; integrantes; recebimento de demandas e/ou proposição de projetos; a quem atendem; como atendem; às fases projetuais; ao financiamento do escritório e dos projetos realizados; ao relacionamento com a comunidade; à inserção na Instituição de Ensino Superior; aos benefícios para os estudantes participantes; e às dificuldades para sua implantação. Identificou-se nos artigos selecionados que os EMAUs surgiram por iniciativa estudantil, mantendo como princípios a busca pela troca de saberes com a sociedade; horizontalidade na troca de conhecimentos; integração interdisciplinar e a aplicação da teoria, aprendida na graduação, à pratica. Neles, há livre participação de acadêmicos da arquitetura e urbanismo e da engenharia civil, englobam também estudantes de outras áreas, como direito e fisioterapia. Além disso, para a realização dos projetos, constatou-se que deve haver um professor orientador e/ou um responsável técnico. Através da participação nos EMAUs, os acadêmicos podem usufruir da prática profissional para além da universidade, tendo maior compreensão das etapas de projeto, instrumentalizando-se para diferenciar-se profissionalmente no mercado de trabalho. Também, como a UNISC é comunitária, está inserida em uma comunidade e, portanto, tem responsabilidade com o desenvolvimento da mesma, a proposta dos EMAUs pode favorecer a aproximação dos acadêmicos aos moradores da sua região, favorecendo o exercício da cidadania e um processo de ensino-aprendizagem, através da troca de conhecimentos com a comunidade. Em suma, conclui-se que a implantação de um EMAU no Curso de Arquitetura e Urbanismo da UNISC resultaria em grande aprendizado, tanto para o corpo discente e docente, quanto para a comunidade, uma vez que se espera que este estudo possa, na medida em que traz à tona esse tema, instigar reflexões no meio acadêmico, subsidiar movimentos para a implantação do projeto na universidade além de valorizar a profissão do arquiteto urbanista por parte da comunidade.
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