CORRUPÇÃO: A OBSTRUÇÃO DA DEMOCRACIA

Camila de Moura Gin, Caroline Fockink Ritt

Resumo


Nos dias atuais, conceitos como democracia, ética e justiça fazem parte do cotidiano social, seja porque são questões diretamente ligadas às ações e reações da pessoa humana enquanto sujeito social seja pelo cenário político instaurado atualmente. Tratando-se de contexto político, inevitável é trazer à tona suas principais raízes problemáticas. Neste sentido, a corrupção se destaca não no sentido político eleitoral e representativo por si, mas por ser conduta comum entre os indivíduos em um âmbito social que adota classificações para adquirir identidade tais como as classes econômica, étnica, profissional. Além disso, cabe salientar que a prática corrupta, de um modo geral, provoca a desestruturação, atingindo a ordem natural e, até então correta de um sistema com o fim de favorecer um único sujeito ou uma camada social. Assim, a corrupção é um tema pautado diariamente como objeto central de discussão, sobre o que, grande parte é devida às visões construídas de modo generalista sobre o que é eticamente correto e justo e, até mesmo democrático. Já a democracia em si, não tem uma forma pré-constituída, mas carrega consigo ideais para sua efetivação. Nestes ideais, encontram-se cimentados princípios e aspirações sociais que norteiam a sociedade como um todo. Entretanto, sabe-se que, apesar de possível em algum momento, a idealização de um modelo social minimamente justo, ético e democrático para todos os indivíduos, os problemas a serem enfrentados para tanto surgem principalmente dos pilares que, até então, fundamentariam tal pretensão a partir do momento em que tais princípios são corrompidos em prol de realizações pessoais não sociais. Nesta senda, através do método hipotético-dedutivo, partindo de uma análise bibliográfica, o presente trabalho visa provocar a discussão em torno da corrupção enquanto meio de obstrução de um ideal democrático social. Como resultado, tem-se uma democracia imprópria e impura quando colocada contra seus próprios princípios. Em outros termos, os interesses do povo, a crença na existência de um bem comum, decisões majoritárias, a tolerância, a própria igualdade e, consequentemente a liberdade são diretamente descaracterizados e dominados arbitrariamente em um meio corrupto. Isto posto, notável a obstrução provocada pela corrupção em um sistema democrático de direito, instaurando-se um problema que inevitavelmente afetará de modo extremamente prejudicial o acesso aos direitos mais fundamentais à essência humana, que precipuamente deveriam estar acima de qualquer interesse individual.


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