ENTRE PALAVRAS E SINAIS: O APRENDIZADO ACONTECE

Elemar Ghisleni, Suiani Santos de Oliveira, Zoraide Linhares Silveira, Ângela Cogo Fronckowiak

Resumo


O programa de iniciação à docência PIBID/ UNISC possibilitou a nós, bolsistas, desde o início do ano de 2016 até o presente momento, o contato com alunos surdos dos anos finais do ensino fundamental e do ano inicial do ensino médio da Escola Estadual de Ensino Médio Nossa Senhora do Rosário. Nossa atuação nessa instituição ocorre na forma de oficinas. Essa vivência nos permite pensar o ensino da língua portuguesa enquanto segunda língua, tendo em vista que a Libras (Língua Brasileira de Sinais) é a L1 dos discentes surdos. O principal objetivo de nossas atividades, desde o início, foi proporcionar aos alunos surdos recursos para aprendizagem da língua portuguesa enquanto L2, reconhecendo a complexidade de seu domínio e emprego na escrita. Até esse momento, atuamos com uma turma de aproximadamente nove alunos surdos e, ao longo do período, contamos com a ajuda de uma intérprete nas oficinas. Para auxiliarmos os alunos na ampliação do vocabulário da língua portuguesa, utilizamos imagens diversificadas, que possibilitaram a construção de diferentes textos e desenhos. Já com o intuito de contribuir para o entendimento da concordância nominal, apresentamos os artigos definidos e indefinidos e adjetivos variados. A partir da disponibilidade da escola e dessa oportunidade que nos é proporcionada pelo PIBID, tivemos o privilégio de experimentar a relação professor-aluno em seu sentido pleno. No decorrer desse processo, os discentes mostraram-se atentos e interessados nas oficinas, melhorando significativamente a escrita na língua portuguesa. Isso foi percebido tanto pelos próprios estudantes quanto pelos professores. Para nosso encantamento, os alunos mostraram o quanto progrediram através de um trabalho coletivo, a partir do qual eles pintaram um painel baseados na observação das características da escola: os aspectos físicos, os professores, os funcionários e os próprios colegas. Enquanto acadêmicos de Letras, experienciamos, na prática, a utilização da língua de sinais no contexto escolar, junto às intérpretes, que mediaram e auxiliaram nossa comunicação com os surdos. Com essa ajuda, estamos conseguindo ver como a Libras se estrutura linguística e culturalmente. Além disso, percebemos que o aprendizado se dá em suas diferentes formas e significados, e que todos nós sempre aprendemos. Vale ressaltar que nossa relação com os discentes permite uma troca de aprendizados, uma vez que, enquanto ensinamos a língua portuguesa para eles, também aprendemos a língua de sinais.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.