FISIOTERAPIA PREVENTIVA NA COMUNIDADE II - ATUAÇÃO EM ESCOLA PÚBLICA EM SANTA CRUZ DO SUL - RS

Daniela Reinicke, Cibele Weber, Patricia Oliveira Roveda

Resumo


Introdução: A postura é uma posição ou atitude do corpo para uma atividade específica ou para sustentá-lo. Tem-se uma postura correta quando há um perfeito estado entre todas as estruturas do corpo, preservando a sua integridade, incluindo ossos, músculos e ligamentos. Os hábitos inadequados podem desencadear alterações posturais, desenvolver patologias e, consequentemente, dores, cujas causas podem ser a adoção de posturas incorretas nas atividades do dia a dia, a realização de movimentos repetitivos ou o excesso de manuseio de carga. A fisioterapia preventiva pode oportunizar, através da educação em saúde, informações que melhorem a postura corporal durante as atividades escolares ou afazeres diários. Objetivos: investigar as alterações posturais e as causas destas em estudantes, professores e funcionários; investigar quais regiões do corpo apresentam maior incidência de dores musculoesqueléticas; e ressaltar a importância de cuidados e da fisioterapia preventiva na saúde da comunidade escolar e ergonomia dos mobiliários. Metodologia: Esta pesquisa foi desenvolvida na disciplina de Fisioterapia Preventiva na Comunidade II, no curso de Fisioterapia da UNISC. Foi realizada uma visita a uma escola estadual em Santa Cruz do Sul, no dia 24 de agosto de 2015, sendo as ações direcionadas aos escolares, professores e funcionários. Aos alunos, aplicaram-se questionários, avaliações posturais, averiguação do peso da mochila e do peso corporal, além de orientações quanto a posturas adequadas que podem ser adotadas no dia-a-dia para evitar dores ou alterações musculoesqueléticas. Com os professores e funcionários, foi utilizado um questionário para investigar a incidência de quadros clínicos ou dor relacionada ao trabalho. Resultados: O trabalho direcionado aos alunos ocorreu com 13 turmas do Ensino Fundamental, totalizando 238 alunos, com 12 professoras e duas merendeiras da escola, estas últimas incluídas por também fazerem parte do ambiente escolar. Os locais de dor mais mencionados pelos alunos foram: coluna vertebral, pernas, ombro, cabeça, coluna cervical, quadril, joelhos. Nas questões respondidas pelos estudantes, encontrou-se que a grande maioria dorme e senta em posição incorreta, permanecendo horas em atividades diárias sedentárias, o que pode levar a quadros de dor. Quanto às mochilas, não foi encontrado número significativo de exemplares acima do peso considerado normal (10 a 15% do peso da criança). Nos professores, encontraram-se casos de dor nas costas, discopatia degenerativa, escoliose e dor nas pernas, que podem ser desencadeados por permanecerem muitas horas em ortostase durante os turnos de trabalho; além disso, foram encontrados casos de tendinite de ombro e dor nos membros superiores devido aos movimentos repetitivos e posturas assumidas ao dar aula - a elevação de ombros acima de 90º. Em algumas salas de aula, observaram-se cadeiras e classes que ficam em altura desproporcional à estatura dos alunos, principalmente os menores, o que os leva a se sentar e a executar atividades em posturas inadequadas. Considerações finais: É bastante comum a adoção de posturas inadequadas no ambiente escolar; uma consequência disso é o crescente número de jovens que apresentam alterações posturais importantes associadas à sintomatologia dolorosa. A fisioterapia preventiva tem grande importância na educação postural, sensibilizando para a prevenção de sintomas e lesões; além disso, a família e a escola precisam se preocupar e estar atentos frente às crianças e adolescentes, especialmente àqueles com sintomas precoces.

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