O PROCESSO DE CONSTRUÇÃO DA ACESSIBILIDADE ATITUDINAL EM CURSOS DA ÁREA DA SAÚDE DA UNISC: CONTRIBUIÇÕES DA PSICOLOGIA ESCOLAR
Resumo
O tema da acessibilidade, muitas vezes naturalizado nos debates sobre a política de educação inclusiva, vem despertando maior interesse dentro das universidades, pois, através dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a acessibilidade é um dos conteúdos previstos em lei a serem incorporados nos currículos dos cursos de graduação. Entretanto, percebemos que a inclusão desse tema nas universidades ainda tem sido restrita à noção mais geral de acessibilidade, evidenciando a necessidade de aprofundarmos as reflexões sobre a acessibilidade atitudinal. Dentro do âmbito da Psicologia Escolar, especificamente da Psicologia Escolar no Ensino Superior, quando falamos em acessibilidade atitudinal, trazemos à tona, também, o modo como os cursos se relacionam com seus acadêmicos, sendo eles portadores de necessidades educacionais especiais ou não. O aluno com alguma NEE não é aquele que necessariamente irá portar alguma deficiência. Esse acadêmico pode apresentar problemas na aprendizagem ou elevada capacidade, fazendo com que suas questões exijam respostas adequadas. Segundo Sassaki (2009), acessibilidade refere-se à condição para utilização, com segurança e autonomia, total ou assistida, dos espaços, mobiliários e equipamentos urbanos, das edificações, dos serviços de transporte e dos dispositivos, sistemas e meios de comunicação e informação, por pessoa portadora de deficiência ou com mobilidade reduzida. A Acessibilidade Atitudinal, por sua vez, “refere-se à percepção do outro sem preconceitos, estigmas, estereótipos e discriminação. Todos os demais tipos de acessibilidade estão relacionados a essa, pois é a atitude da pessoa que impulsiona a remoção de barreiras” (BRASIL, 2013). Nessa direção, buscamos desenvolver um estudo cujo objetivo é compreender como os cursos da área da saúde da UNISC vêm construindo e incorporando à formação dos estudantes a discussão sobre a acessibilidade atitudinal no ambiente universitário. Trata-se de uma pesquisa qualitativa, através da realização de entrevistas semiestruturadas com os coordenadores dos cursos da área da saúde da Universidade de Santa Cruz do Sul, instituição localizada na cidade de Santa Cruz do Sul. As entrevistas serão gravadas, com o consentimento do participante, conforme consta no Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, e, posteriormente, transcritas. Após transcritas, as entrevistas serão analisadas a partir da Análise Temática de Conteúdo (MINAYO, 2007). Como resultados preliminares, destacamos a ausência de espaços formais de discussão e reflexão sobre o tema, bem como de sua importância para a efetivação da política de inclusão dentro da universidade. O tema da acessibilidade atitudinal é fundamental para a formação dos profissionais de saúde, assim como para a atuação dos psicólogos escolares no contexto do Ensino Superior. Com a ampliação do acesso ao ensino superior, incluindo as diferenças (sejam elas quais forem) dentro das universidades, faz-se urgente avançarmos nos processos de construção da acessibilidade atitudinal.
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