A CRISE GEOPOLÍTICA ENTRE ESTADOS UNIDOS DA AMÉRICA E RÚSSIA: O CASO DA UCRÂNIA SOB A ÓTICA REALISTA.
Resumo
Nos últimos anos, a tensão geopolítica entre os Estados Unidos da América (EUA) e a Rússia vem se agravando, já que a Rússia está se erguendo novamente como um país influente no tabuleiro das Relações Internacionais. A sua inserção internacional, com base em novos valores e concepções de Estado, tem se dado por meio de alterações relacionadas à sua política externa. O presente trabalho busca analisar a importância de uma melhor compreensão acerca dos vetores que movem a política externa da Rússia, referentes aos EUA. Nesse contexto, é importante ser ressaltado que, ao optar pela pragmaticidade e pelo caráter multi-eixo, o país deu um passo importante para uma nova postura internacional, lançando bases para sua respeitabilidade e autonomia no sistema internacional. O trabalho é desenvolvido por meio de revisão bibliográfica associada a um olhar qualitativo sobre uma série de matérias jornalísticas, produzidas e divulgadas pela rede de notícias internacionais BBC. As matérias selecionadas dizem respeito às negociações estabelecidas entre a Rússia e os EUA durante a crise ocorrida na Ucrânia. Partindo disso, sob a ótica do Realismo que considera o sistema internacional anárquico, está sendo discutida a importância do pensamento estratégico da Rússia e a sua ascensão nesse novo contexto global para garantir a existência e a importância do seu Estado através da manutenção de poder. Os resultados da pesquisa indicam que a formulação da política externa russa é determinada pela percepção das ações do Ocidente, ou, nesse caso, dos Estados Unidos, como aceitantes - ou não - do país como um membro igual e legítimo no sistema internacional. Embora os princípios que norteiam a política externa russa sejam relativamente estáveis, a Rússia pós-soviética também adota posturas em relação a acontecimentos de dentro e de fora do país. A percepção de insegurança é um dos pontos centrais de sua cultura política e atravessa praticamente todas as fases de sua formulação. Sua posição geográfica com vastas fronteiras, planas e porosas, reforça essa relação. As conclusões indicam que as ações estratégicas de gestão do presidente Vladimir Putin possuem caráter ofensivo e deram um novo entendimento para a questão de poder e de segurança no espaço europeu. Os movimentos ousados de Putin pegaram os países ocidentais de surpresa, não podendo dar uma resposta rápida e satisfatória para os desafios que lhes foram impostos. As soluções apresentadas pelo Ocidente têm tomado a forma de sanções econômicas e diálogos políticos que, aparentemente, exercem algum efeito benéfico no longo prazo, demoram a dar resultados e não representam uma pressão efetiva contra as agressões russas no curto prazo
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