SCREENTOGIF: USABILIDADE DA FERRAMENTA DE CAPTURA DE TELA EM VÍDEO

Nicke da Silva Manarin, Daniela Duarte da Silva Bagatini

Resumo


Dentre os métodos de produção de vídeo disponíveis atualmente, destaca-se a captura de tela, conhecida como screencast ou screen recording. Ferramentas capazes de screencast devem obter quadro a quadro o que está acontecendo na tela (ou telas) de um computador, transformando a captura em vídeo ou animação. O autor desta pesquisa desenvolveu ao longo de 2014 e 2015 uma ferramenta de código aberto chamada de ScreenToGif, a qual permite a captura da tela de um computador entre outras formas (captura de câmera webcam e quadro virtual), possibilitando a edição desta gravação com um editor integrado à ferramenta. A ScreenToGif foi disponibilizada e possui fóruns na internet em que usuários podem relatar suas experiências, trazendo novas ideias sobre possíveis funcionalidades ou apontando erros de execução. Com base nestes relatos, reconhece-se que é muito improvável que as funcionalidades já presentes na ferramenta estejam de acordo com o conhecimento estreito de usuários casuais (os potenciais usuários da ferramenta), pois foram implementadas com a visão e a experiência de um desenvolvedor já habituado com os recursos presentes. Desta forma, um estudo de usabilidade contribui para a adequação da interação proporcionado pelo ScreenToGif. Jakob Nielsen (2012) comenta que usabilidade é sinônimo de facilidade de uso. Se um produto é fácil de usar, o usuário pode, de forma mais compreensível, aprender e ter maior produtividade, bem como memorizar as operações de maneira mais natural e cometer um número menor de equívocos. A metodologia empregada na pesquisa se caracteriza como exploratória e descritiva, pois pauta-se no levantamento bibliográfico e de dados, obtida por uso de observações sistemáticas do processo de utilização dos recursos da ferramenta. Os testes de usabilidade seguiram o script de Steve Krug (2014). Com base em plano de testes (caracterização do cenário), foram realizadas quatro etapas para cada teste, cada uma com três usuários: (1) a introdução, (2) a ambientação, (3) a execução de tarefas e (4) comentários finais. Na análise inicial dos testes de usabilidade, aplicados com o auxílio de usuários, foram encontrados diversos ruídos (diminuição do desempenho na realização de uma tarefa), alguns obstáculos (quando ao realizar uma ação, o usuário faz várias tentativas, mas consegue aprender e executar a tarefa) e apenas uma barreira (quando o usuário esbarra no problema sucessivas vezes e não aprende a suplantá-lo). Os ruídos mais comuns foram encontrados durante a configuração das propriedades da gravação e durante a edição. Os usuários experienciaram dificuldades para encontrar as funcionalidades que estavam distribuídas em tabs (similar à interface presente nos programas da suíte Office). Os obstáculos foram encontrados durante a utilização de funcionalidades mais complexas, devido à falta de detalhamento sobre e o que ocorre durante e após o processo. A próxima etapa da pesquisa deve abranger a correção destes problemas, em conjunto com a validação desta correção por meio de novos testes de usabilidade com usuários.


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