CÉU ARTIFICIAL: ESTUDO, PROJETO E CALIBRAGEM DE UM PROTÓTIPO EXPLORATÓRIO.

Laura Roolaart Brandao, Matheus Sehnem Martinez, Carolina Rezende Faccin, Nicolas Billig de Giacometti, Gustavo Garcia de Oliveira

Resumo


O presente trabalho aborda a pesquisa e a construção de um céu artificial retilíneo que é capaz de reproduzir condições de luz natural de um céu encoberto, conforme os padrões estabelecidos pelo CIE (Comissão Internacional de Iluminação). O céu artificial permite medir valores de iluminâncias e luminâncias em protótipos arquitetônicos na escala 1:20, possibilitando assim alterações ainda em nível de estudo de projeto. O protótipo deverá servir para a disciplina de Conforto Ambiental I - Iluminação, sendo utilizado como objeto de estudo e de análise para a melhor compreensão de conceitos abordados em sala de aula. O céu artificial propõe um estudo mais aprofundado acerca do uso de iluminação natural em ambientes internos, o que é de extrema importância, uma vez que a crise energética e os problemas ambientais, exigem a pesquisa e a adoção de estratégias a fim de reduzir o consumo energético dos edifícios. A qualidade ambiental dos espaços está atrelada a eficiência energética, a qual deve ser pensada desde os primeiros esboços do projeto. Desse modo, é possível projetar edificações mais eficientes, de menor impacto ambiental e que proporcionem condições desejadas de conforto para os usuários. Privilegiar o uso de fontes naturais de iluminação e de energia, desenvolver técnicas para o estudo e simulação do comportamento da luz natural oferece inúmeras vantagens para construção civil, podendo ser estratégia para a obtenção de maior qualidade ambiental e eficiência energética nas edificações. A NBR 5413, estabelece níveis mínimos, ideais e máximos de iluminação para os ambientes, conforme as suas utilizações. Níveis ideais podem ser alcançados apenas com a iluminação natural, por isso temos de dar a devida atenção para ela, a fim de utilizá-la da melhor forma, gerando bem-estar e economia para os usuários. Para a construção do protótipo exploratório de céu artificial foram levantados exemplos, descrições teóricas e materiais adequados à construção, concepção e calibragem do céu artificial. Após esse estudo preliminar, foi optado pelo modelo “caixa de espelhos”, que foi confeccionada em compensado de madeira de 18 milímetros com dimensões de base de 60,00 centímetros por 60,50 centímetros e altura de 61,50 centímetros e pintada externamente com a cor branca. Todas as faces internas da caixa foram revestidas com espelhos, nos quais foi atestado paralelismo. A face da caixa correspondente ao chão foi recoberta com espelhos e sobre estes espelhos foram utilizados materiais com luminâncias compatíveis com a de superfícies reais, medidas com o luminâncimetro. O céu artificial foi calibrado através da comparação das luminâncias medidas em ângulos verticais e horizontais interno. Com base nos resultados obtidos o protótipo de céu artificial pode ser validado e os testes realizados nele permitem sustentar, ou não, o projeto de iluminação, dispondo-se a melhor aproveitar a luz natural, garantindo o conforto visual dos usuários do ambiente em estudo e contribuindo para a diminuição do consumo de energia. O trabalho desenvolvido poderá ser utilizado para fins de viabilização de projetos acadêmicos que contemplem o uso de iluminação natural em sua essência, podendo dar suporte à tomada de decisões quanto às dimensões, formas e cores de um ambiente, além de verificar a eficiência do projeto. Assim, se pretende melhor aproveitar a luz natural, garantindo o conforto visual dos usuários do ambiente em estudo e contribuindo para a diminuição do consumo de energia.

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