PERFIL DOS INDIVÍDUOS CADASTRADOS NA MICROÁREA 10 DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA
Resumo
Para incorporar os princípios da reforma sanitária, a rede de atenção básica preconizou uma nova forma organizacional do sistema público de saúde, tornando o serviço sistematizado, contínuo e regionalizado, desta forma, passou a contar com unidades denominadas de Estratégias de Saúde da Família (ESFs), as quais têm como diferencial mudanças no modelo biomédico e a territorialização. O território de cada unidade é delimitado em microáreas e essas divisões permitem que em cada região seja elaborado um perfil sociodemográfico, um diagnóstico situacional e posteriormente, o controle do processo saúde-doença. Para caracterizar a população adscrita é fundamental realizar o cadastramento dos usuários, pois isso possibilita uma maior eficiência na realização de ações coletivas e individuais. Analisar o perfil clínico e sociodemográfico dos usuários cadastrados na microárea 10 de uma ESF, localizada no município de Santa Cruz do Sul (SCS). Estudo transversal, realizado de junho a agosto de 2016 na microárea 10 do território de uma ESF de SCS, na qual foi realizado o cadastramento individual dos usuários através de uma ficha padrão disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde – Eletrônico (e-SUS). As variáveis analisadas foram: sexo, cor, escolaridade, situação de trabalho e patologias referidas. Os dados foram tabelados no programa Excel e subsequentemente, utilizou-se o software SPSS 2.0 através de análises descritivas univariadas. Ao todo foram realizados 82 cadastros domiciliares e 279 cadastros individuais. Dos individuais, 55 (19,7%) foram excluídos pelo preenchimento incorreto e/ou rasura dos mesmos. Logo, 224 (80,3%) cadastros foram considerados para análise. A idade dos residentes da microárea variou de 0 a 76 anos, sendo 5,3% bebês, 27,2% crianças, 9% adolescentes, 53,6% adultos e 4,9% idosos. 53,1% são do sexo feminino. Quanto à cor, os moradores se identificaram como: brancos (51,8%), pardos (27,2%) e pretos (21%). Analisando o nível de escolaridade dos indivíduos com idade entre 18 e 59 anos, observou-se que 19 (15,9%) estudaram da 1ª a 4ª série, 52 (43,3%) da 5ª a 8ª série e 28 (23,3%) completaram o ensino médio. Sobre a situação de trabalho dos 120 moradores com idades entre 18 e 59 anos, notou-se que 64 (53,3%) indivíduos não trabalham, 50 (41,7%) trabalham e 6 (5%) estão aposentados. Um total de 42 (18,7%) indivíduos adultos eram fumantes. Sobre as patologias relatadas, 20 (8,9%) possuem hipertensão arterial sistêmica (HAS), sendo 16 mulheres (80%) (p<0,05), destas 9 (56,3%) têm idade entre 18 e 59 anos e 7 (43,7%) idade acima de 60 anos. Dos 11 (5,1%) portadores de diabetes mellitus, 5 (45,5%) são homens e possuem menos de 60 anos e entre as mulheres, 5 (45,5%) têm idade superior a 60 anos. Por fim, evidencia-se a importância da realização de cadastros para um melhor diagnóstico sociodemográfico das microáreas, pois possibilita um direcionamento mais efetivo das atividades das ESFs. O cadastramento feito serviu para que dados relativos à escolaridade e situação de trabalho fossem elucidados, e, diante disso, notou-se que 53,3% não trabalham, demonstrando uma situação de vulnerabilidade econômica. Outro dado relevante foi o baixo nível de escolaridade, no qual se vê que 59,2% dos moradores não completaram o ensino fundamental. Observou-se, ainda, a variação na idade dos moradores com diabetes, a quantidade de moradoras com HAS e o alarmante número de tabagistas, que pode ser explicado pela exploração de fumo na região.
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