PERFIL DOS INDIVÍDUOS CADASTRADOS NA MICROÁREA 10 DE UMA ESTRATÉGIA DE SAÚDE DA FAMÍLIA

Karoline de Oliveira Almeida, Bruna Rezende Martins, Caroline Bertelli, Lisiane de Oliveira, Clauceane Venzke Zell, Priscila Pereira Borges Sanfelice, Ediane Borges Torres Franz, Lia Gonçalves Possuelo

Resumo


Para incorporar os princípios da reforma sanitária, a rede de atenção básica preconizou uma nova forma organizacional do sistema público de saúde, tornando o serviço sistematizado, contínuo e regionalizado, desta forma, passou a contar com unidades denominadas de Estratégias de Saúde da Família (ESFs), as quais têm como diferencial mudanças no modelo biomédico e a territorialização. O território de cada unidade é delimitado em microáreas e essas divisões permitem que em cada região seja elaborado um perfil sociodemográfico, um diagnóstico situacional e posteriormente, o controle do processo saúde-doença. Para caracterizar a população adscrita é fundamental realizar o cadastramento dos usuários, pois isso possibilita uma maior eficiência na realização de ações coletivas e individuais. Analisar o perfil clínico e sociodemográfico dos usuários cadastrados na microárea 10 de uma ESF, localizada no município de Santa Cruz do Sul (SCS). Estudo transversal, realizado de junho a agosto de 2016 na microárea 10 do território de uma ESF de SCS, na qual foi realizado o cadastramento individual dos usuários através de uma ficha padrão disponibilizada pelo Sistema Único de Saúde – Eletrônico (e-SUS). As variáveis analisadas foram: sexo, cor, escolaridade, situação de trabalho e patologias referidas. Os dados foram tabelados no programa Excel e subsequentemente, utilizou-se o software SPSS 2.0 através de análises descritivas univariadas. Ao todo foram realizados 82 cadastros domiciliares e 279 cadastros individuais. Dos individuais, 55 (19,7%) foram excluídos pelo preenchimento incorreto e/ou rasura dos mesmos. Logo, 224 (80,3%) cadastros foram considerados para análise. A idade dos residentes da microárea variou de 0 a 76 anos, sendo 5,3% bebês, 27,2% crianças, 9% adolescentes, 53,6% adultos e 4,9% idosos. 53,1% são do sexo feminino. Quanto à cor, os moradores se identificaram como: brancos (51,8%), pardos (27,2%) e pretos (21%). Analisando o nível de escolaridade dos indivíduos com idade entre 18 e 59 anos, observou-se que 19 (15,9%) estudaram da 1ª a 4ª série, 52 (43,3%) da 5ª a 8ª série e 28 (23,3%) completaram o ensino médio. Sobre a situação de trabalho dos 120 moradores com idades entre 18 e 59 anos, notou-se que 64 (53,3%) indivíduos não trabalham, 50 (41,7%) trabalham e 6 (5%) estão aposentados. Um total de 42 (18,7%) indivíduos adultos eram fumantes. Sobre as patologias relatadas, 20 (8,9%) possuem hipertensão arterial sistêmica (HAS), sendo 16 mulheres (80%) (p<0,05), destas 9 (56,3%) têm idade entre 18 e 59 anos e 7 (43,7%) idade acima de 60 anos. Dos 11 (5,1%) portadores de diabetes mellitus, 5 (45,5%) são homens e possuem menos de 60 anos e entre as mulheres, 5 (45,5%) têm idade superior a 60 anos. Por fim, evidencia-se a importância da realização de cadastros para um melhor diagnóstico sociodemográfico das microáreas, pois possibilita um direcionamento mais efetivo das atividades das ESFs. O cadastramento feito serviu para que dados relativos à escolaridade e situação de trabalho fossem elucidados, e, diante disso, notou-se que 53,3% não trabalham, demonstrando uma situação de vulnerabilidade econômica. Outro dado relevante foi o baixo nível de escolaridade, no qual se vê que 59,2% dos moradores não completaram o ensino fundamental. Observou-se, ainda, a variação na idade dos moradores com diabetes, a quantidade de moradoras com HAS e o alarmante número de tabagistas, que pode ser explicado pela exploração de fumo na região.


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