As glândulas de Bartholin, também conhecidas como glândulas vestibulares maiores, são estruturas bilaterais, tubuloacinares, secretoras de muco, localizadas dentro da submucosa da vulva. Estas são derivadas do seio urogenital e estão localizadas no introito vaginal. Os cistos da glândula de Bartholin se desenvolvem por obstrução do ducto, localizados na altura ou abaixo da sínfise púbica. Na vulva ocorre decréscimo na secreção das glândulas sudoríparas, sebáceas e atrofia das glândulas de Bartholin, propiciando a secura, estreitamento da vagina, redução de sua rugosidade e elasticidade. A menor capacidade de lubrificação frente à estimulação sexual pode causar a dispareunia, o que prejudicará o funcionamento sexual da mulher. Os abcessos dessas glândulas são mais comuns em mulheres solteiras e de origem socioeconômica mais baixa. O padrão-ouro de tratamento é a remoção cirúrgica. Contudo, este tratamento, muitas vezes, não é realizado porque afeta a lubrificação vaginal fisiológica e está associado a outras complicações. O objetivo do estudo foi verificar os efeitos do protocolo de exercícios de Kegel associado com eletroestimulação para o fortalecimento do assoalho pélvico. Trata-se de um relato de caso de uma paciente de 37 anos, do sexo feminino, solteira, nulípara, que menciona não ter vida sexual ativa, vindo para avaliação fisioterapêutica referindo queixa de falta de força muscular no assoalho pélvico e sensação de gases no canal vaginal. Alega que tais sintomas iniciaram no ano de 2010 quando realizou procedimento cirúrgico de bartolinectomia. Segundo a avaliação, a paciente relata infecção urinária de repetição, corrimento vaginal, flatulência, constipação e hemorroidas. Durante a micção refere sensação de resíduo, gotejamento e urgência. Na avaliação funcional (AFA) apresentou grau 2 de contração que significa função perineal objetiva débil e subjetiva reconhecível, com uso de musculatura acessória. Apresenta laceração em região de grandes lábios devido ao procedimento cirúrgico e sensibilidade alterada. O tratamento foi composto por seis sessões, sendo uma vez por semana durante 45 minutos; baseado na realização de exercícios de Kegel, eletroestimulação com Neurodyn, através de eletrodos adesivos colocados na região paralela aos grandes lábios, com frequência de 50 Hz, sustentação de 600 µs, com intensidade variada, conforme a tolerância da paciente. Os resultados foram analisados após a 6ª sessão. Observou-se melhora na força muscular através do AFA, obtendo grau 4, que significa função perineal objetiva presente e subjetiva com resistência maior que 5 segundos sem uso da musculatura acessória, melhora no aspecto visual da laceração, diminuição da flacidez e da frequência miccional diurna e noturna. Sem episódios de infecção urinária. Conclui-se que, em poucas sessões, o protocolo de exercícios de Kegel associado com a eletroestimulação melhorou a força muscular e a sensibilidade do assoalho pélvico, além de aumentar sua autoestima e qualidade de vida.