RELATO DE EXPERIÊNCIA: APLICAÇÃO DA SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM (SAE) EM PACIENTE COM LESÃO POR PRESSÃO GRAU IV EM UMA UNIDADE DE TERAPIA INTENSIVA (UTI) ADULTO

Andreia Schubert Carvalho, Luíza Carolina Hermes, Katiuscia Brandenburg Jacques, Indiara Zambarda Pinto, Bruna Letícia da Silva, Carla Rubert, Natália Medeiros Pereira, Mari Ângela Gaedke

Resumo


O National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP), em abril de 2016, anunciou a mudança na terminologia Úlcera por Pressão para Lesão por Pressão. A lesão por pressão é um dano localizado na pele e/ou tecidos moles subjacentes, geralmente, sobre uma proeminência óssea, é classificada: estágio I, estágio II, estágio III, estágio IV, não classificável e tissular profunda. A lesão por pressão grau IV ocorre quando há perda da pele em sua espessura total e perda tissular com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo, tendão, ligamento, cartilagem ou osso, a profundidade varia conforme a localização anatômica. Objetivou-se sistematizar a assistência de enfermagem a paciente com lesão por pressão grau IV, a partir do referencial teórico de Wanda Horta. Enfatizando a importância do protagonismo da enfermagem na assistência individualizada e integral ao indivíduo gravemente enfermo. Este trabalho trata de um relato de experiência no acompanhamento a um paciente com lesão por pressão grau IV internado numa Unidade de Terapia Intensiva. Este estudo foi construído a partir de vivências de residentes de enfermagem de Programa de Residência Multiprofissional, acadêmicas do 10º semestre de curso de Graduação em Enfermagem e enfermeiras de uma Unidade de Terapia Intensiva de um hospital de ensino do interior do Estado do Rio Grande do Sul. O paciente autorizou o uso das imagens para este relato. Paciente M.R., 63 anos, sexo masculino, ficou internado na Unidade de Terapia Intensiva por 27 dias em sua primeira internação, devido ao quadro de Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC) exacerbada e acidose metabólica, desenvolveu lesão por pressão grau II, com presença de necrose, tendo realizado desbridamento cirúrgico para retirada do tecido desvitalizado. Após, o paciente recebeu alta para enfermaria retornou novamente para UTI devido à dessaturação, taquipneia e febre. Nesta segunda internação, lesão apresentava-se cavitária, grau IV, com bordas irregulares e 18 centímetros de diâmetro, com presença de necrose, fibrina, exposição óssea, odor fétido e drenagem de secreção purulenta. Nesta segunda internação, os principais diagnósticos de enfermagem identificados segundo a North American Nursing Diagnosis Association foram: integralidade da pele prejudicada, integridade tissular prejudicada e mobilidade prejudicada. O plano de cuidados desenvolvido para o caso teve como foco principal manter a pele limpa e seca, curativos a cada 12 horas com uso de placa de carvão ativado e mudança de decúbito, além de terapia com luz pulsátil promovida pelos fisioterapeutas residentes, associado ao uso de antibioticoterapia. Observou-se melhora significativa da lesão, leito da ferida apresentando redução significativa da área de fibrina e pequena de necrose, com extensa área de tecido de granulação proliferante. A vivência no campo de prática pode nos proporcionar, além de conhecimento sobre o manejo com lesões por pressão, a aplicação da SAE de maneira individualizada, ressaltando a importância do estabelecimento de prioridades para um efetivo plano de cuidados. Ressalta-se, no tratamento, a importância do envolvimento da equipe multiprofissional, a integração e o comprometimento dos profissionais da instituição com o ensino em serviço, que reflete diretamente na qualidade da assistência prestada, colaborando para a recuperação dos pacientes.

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