O JÚRI SIMULADO COMO ESTRATÉGIA DE ENSINO: TRABALHANDO EVOLUÇÃO COM TURMAS DE SÉTIMOS ANOS DO ENSINO FUNDAMENTAL

Graziele Cristina Thiesen, Monize Pappen Giovanaz, Alexandre Rieger, Tania Bernhard

Resumo


O subprojeto Ciências Biológicas do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação à Docência – PIBID, da Universidade de Santa Cruz do Sul, desenvolve ações de intervenção na realidade escolar, auxiliando e complementando as atividades desenvolvidas pelo professor de duas turmas de sétimos anos na Escola Municipal de Ensino Fundamental Duque de Caxias, em Santa Cruz do Sul – RS. As trocas de experiências entre professores e bolsistas possibilitam a identificação das dificuldades encontradas no processo de ensino-aprendizagem, buscando soluções através de novas estratégias de ensino. Percebendo as dificuldades na compreensão teórica do conceito “evolução”, buscou-se uma estratégia de ensino que envolvesse a maior participação dos alunos, em que habilidades argumentativas, pensamento crítico e atividades em grupo fossem desenvolvidos. Para tal, adotou-se a estratégia júri simulado, definida por Ferry (2009) como uma “dinâmica de grupo, fundamentada na necessidade de estimular o interesse e o pensamento dos alunos quanto ao tema em questão, de ajudá-los a desenvolverem as habilidades de argumentação, análise e crítica, e de se permitir, entre os mesmos, a socialização de ideias e concepções”. Para realização da atividade, as bolsistas representaram o juiz, três alunos exerceram os jurados e o restante da turma constituiu os grupos de defesa e acusação. Utilizou-se como base teórica para discussão o texto “O homem moderno evoluiu dos macacos”, extraído da revista SuperInteressante. Questões foram previamente apresentadas para que os alunos compreendessem os objetivos propostos, sendo estas: O que é evolução? Por que somos tão parecidos com os macacos? O que nos diferencia dos macacos? Evoluímos dos macacos? Somos “primos” dos macacos? Quando os argumentos científicos dos grupos estavam concluídos, o juiz coordenou o debate, realizando questionamentos sobre a defesa de suas ideias. Após o debate entre os dois grupos, os jurados avaliaram, conjuntamente, como cada equipe foi capaz de defender suas propostas, decidindo qual possuía argumentos mais convincentes. Observou-se que o grupo de defesa encontrou várias características em comum entre os hominídeos e macacos, visto que ambos são mamíferos. O grupo de acusação apresentou dificuldades em elaborar argumentos que não fossem a questão intelectual e social apresentada pelos humanos. Os alunos reagiram muito bem à atividade, trabalhando em equipe, empenhando-se na elaboração das argumentações com seriedade e organização. Analisando as respostas obtidas, concluiu-se que a maior parte dos alunos definiu evolução como uma série de transformações lentas que podem levar ao surgimento de outra espécie. As percepções dos alunos perante a atividade foram relevantes, visto que muitos citaram que aprenderam de forma simplificada através das argumentações dos colegas. Isso reforça a importância da atividade em grupo, na qual se torna possível o levantamento de diferentes ideias e opiniões. Sendo assim, “ao ensinar evolução biológica é importante que o professor conheça as ideias de seus estudantes a respeito do assunto” (PCN, 1998), sendo necessária a problematização sobre o tema. Através da utilização dessa estratégia, tornou-se oportuno para as bolsistas conhecer a percepção dos seus alunos sobre a questão evolutiva, discutir pontos importantes, trocar ideias com a professora e colocar uma metodologia diferenciada que pode ser explorada em sala de aula como uma técnica lúdica de aprendizado.


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