TRANSITAR, ACIDENTAR E VIVER: NARRATIVAS DE REABILITAÇÃO APÓS UM ACIDENTE TRAUMÁTICO
Resumo
O aumento de aquisições e a necessidade de acesso à Carteira Nacional de Habilitação trouxeram algumas questões que estão prejudicando gradativamente o trânsito e a circulação automotiva em várias cidades do Brasil. Conforme Silva e Gunter (2009), em razão disso, as autoridades buscaram desenvolver nos anos de 1940 e 1950 medidas preventivas, dentre elas, a seleção médica e psicotécnica, com a finalidade de diminuir os acidentes de trânsito e os inadimplentes. Para adquirir o documento de habilitação, o candidato teria que passar por provas de capacidade para dirigir com segurança, como uma bateria de exames. Precisamos localizar o trânsito enquanto fenômeno humano para entendermos os problemas que este nos trouxe em relação a nossa saúde, bem como os impactos para o nosso bem-estar. Nessa perspectiva, visamos discorrer sobre os acidentes de trânsito que vêm aparecendo com muita frequência e, principalmente, sobre o processo de cuidado e adaptação ao acidentado grave, que passa pela perda de partes do corpo. O que acontece após o acidente vai muito além da perda de um membro, o sujeito e sua família passarão por procedimentos que ele não vivenciou antes e a partir disso, terá que fazer algumas escolhas para sua reabilitação, dentre elas, a amputação e os processos que antecedem a colocação da prótese, como também, o aprender a caminhar novamente. Portanto, o objetivo geral da pesquisa foi compreender como os acidentados de trânsito em atendimento em um serviço de reabilitação física reconfiguraram e construíram sua vida após amputação e a aceitação da prótese. Os processos de reabilitação visam à necessidade de equipes multiprofissionais juntamente com a psicologia, para elaboração dessa nova parte do corpo e do procedimento de protetização. A pesquisa foi realizada em Santa Cruz do Sul, em um serviço de reabilitação física, com pacientes do serviço, com uma amostragem de três amputados, voluntários, homens, com idade entre 24 e 50 anos, sendo esses apenas por acidente de trânsito e indicados pelos profissionais do serviço. O estudo do objeto da pesquisa foi realizado mediante uma pesquisa qualitativa na qual se adotaram as Entrevistas Narrativas para análise dos dados colhidos. A análise dos dados foi feita tomando como base a proposta de Entrevista Narrativa de Schütze. Os resultados alcançados demonstraram que os participantes obtiveram uma trajetória considerada coletiva, dentre elas: o acidente, a amputação, tratamento e reabilitação. Porém, como ressignificação, os três participantes encararam de forma diferenciada, tomando como referências a família, o trabalho e o esporte.
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