ENTEROCOLITE NECROSANTE: EMERGÊNCIA GASTROINTESTINAL

Ana Cristina Freitas da Costa, Jociele Lemes Morales, Ingre Paz

Resumo


A Enterocolite Necrosante é um distúrbio inflamatório que afeta o trato gastrointestinal, acometendo os recém-nascidos pequenos para a idade gestacional (PIG) e prematuros, caracterizada por distensão abdominal, vômitos biliosos e hematoquezia, podendo evoluir para necrose intestinal seguida de perfuração, pneumoperitônio, peritonite e choque. Sua etiologia é desconhecida, sabe-se que a enterocolite é resultado de uma agressão inicial à mucosa intestinal, proveniente da ação de uma gama de fatores sobre um sistema gastrointestinal imaturo, seguida de uma série de reações inflamatórias em cascata, proliferação e invasão bacteriana da mucosa intestinal, culminando com necrose de coagulação das áreas afetadas com variados graus de lesão intestinal. Não havendo variações em relação ao sexo do paciente, estando relacionada ao peso ao nascer (PN) e à idade gestacional (IG), em que os casos mais graves são submetidos à cirurgia que muitas vezes acarretam complicações mais severas aos pacientes. O objetivo é discorrer sobre enterocolite necrosante abordando os fatores que levam ao tratamento cirúrgico. Estudo Qualitativo exploratório descritivo, realizado através de revisão literária em consulta à base de dados online SCIELO e BVS, utilizando como descritor Enterocolite Necrosante e cirurgia. Os fatores de risco associados à doença são prematuridade, baixo peso ao nascimento, desidratação severa, asfixia perinatal, sepse, choque, alimentação enteral inadequada, infecções nasocomiais, retardo no crescimento intrauterino, doença hipertensiva gestacional, ruptura prévia de placenta, entre outros. A patogênese mais aceita envolve dano hipóxico isquêmico do intestino, imaturidade fisiológica do trato gastrointestinal e alteração da flora. Em muitos casos, o prognóstico não é favorável e exige medidas cirúrgicas que somente serão realizadas após uma grande piora do quadro. Tratando-se das complicações da Enterocolite Necrosante com a intervenção cirúrgica, os fatores que levam a um pior prognóstico é a presença de choque seguido de episódios de hipoperfusão orgânica generalizada, a asfixia e a ventilação mecânica (VM) também demonstraram relação com uma doença mais avançada e grave e o uso de Indometacina (em pacientes com PCR) teve discreta associação com um pior prognóstico. São indicações para o tratamento cirúrgico, a presença de pneumoperitônio, a suspeita de perfuração do intestino, deterioração clínica mesmo com tratamento medicamentoso máximo, presença de massa abdominal com obstrução intestinal à radiografia abdominal. Os procedimentos cirúrgicos mais utilizados são a drenagem peritoneal, a realização de ressecção intestinal e anastomose primária; influenciadas pelo peso do neonato, sendo preferencialmente realizadas em neonatos de mais alto peso, a laparotomia com a realização de desvio de jejuno e jejunostomia, ressecção e a realização de estomas. Devido aos sinais e sintomas iniciais inespecíficos e bastante variáveis, o diagnóstico precoce torna-se difícil, entretanto, ele é fundamental para o tratamento não operatório, quanto antes determinado o diagnóstico de Enterocolite, melhor o prognóstico e maiores são as chances do recém-nascido desenvolver um quadro satisfatório, evitando-se consequências mais agravantes.

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