SEGURANÇA DO PACIENTE EM SERVIÇO DE EMERGÊNCIA: UM RELATO DE EXPERIÊNCIA

Tatiane Regina da Silva, Luciane Aparecida da Rosa Machado, Janine Koepp

Resumo


A segurança do paciente é um tema de extrema relevância no cenário mundial, no qual a discussão tem sido impulsionada a partir de várias situações, que envolvem ou não dano ao paciente e seus familiares, definindo-se como o ato de evitar, prevenir ou melhorar os resultados adversos ou as lesões originadas no processo de atendimento hospitalar. A emergência, por ser um setor com dinâmica de trabalho estressante, é uma unidade propícia à ocorrência de erros e maiores riscos para a segurança do paciente. O objetivo é descrever um relato de experiência, após aula prática em emergência, que diz respeito à segurança do paciente e refletir sobre a importância de reconhecer os erros e pensar formas de evitá-los. Estudo descritivo, observacional do tipo relato de experiência realizado durante a disciplina de Enfermagem no Processo de Cuidar – Unidade de Terapia Intensiva e Emergência, e pesquisas em livros e artigos online, para traçar um paralelo entre a realidade vivida e o que traz a literatura. Observamos que houve várias falhas na segurança do paciente neste setor de acordo com a literatura, na qual podemos mencionar falta de identificação correta do paciente bem como sua verificação antes da realização de procedimentos. Inexistência de cuidados e medidas preventivas para evitar quedas, os pacientes ficavam deitados em macas sem acompanhantes e sem elevação das grades; em relação às lesões de pressão, os pacientes ficam  tempo prolongado deitados em macas, sendo colocados em algum colchão piramidal, mas não é avaliada a pele nem aplicada a Escala de Baden. Em relação à comunicação é possível identificar vários pontos frágeis desde a comunicação com o paciente no momento da medicação, como também na passagem de plantão e nas relações interprofissionais. A identificação correta do cliente e a comunicação e organização efetiva da equipe são imprescindíveis na minimização dos riscos. A desatenção, a sobrecarga de trabalho e o cansaço dos profissionais de saúde, assim como o tempo prolongado dos pacientes na emergência se destacam na ocorrência dos erros. Acredita-se que uma cultura não punitiva possa aumentar os registros dos incidentes e dos eventos adversos, possibilitando assim mudanças na estrutura do processo de trabalho e na cultura educativa dos trabalhadores. A investigação do erro não deve ser vista como uma busca ao culpado pelo fato ocorrido, mas sim, como uma maneira de registrar, analisar e tomar decisões cabíveis para que no futuro possa ser evitado o mesmo erro. Evidencia-se que a educação continuada aos profissionais de saúde, através de treinamentos específicos em segurança do paciente nos hospitais, seriam estratégias positivas na busca da minimização de eventos adversos relacionados ao atendimento hospitalar em qualquer setor, mas principalmente na emergência.  Os gestores precisam incentivar e capacitar os profissionais de saúde para prevenção, notificação e manejo dos riscos relacionados ao atendimento, promovendo desta forma melhorias na assistência ao paciente visando realizar procedimentos/ações com maior segurança. É necessária uma avaliação da forma como o trabalho está organizado, sua carga de trabalho, e se o dimensionamento de pessoal é suficiente para dar conta da demanda.  Somente assim, unindo todos esses aspectos é que será possível prestar uma assistência de saúde mais segura. 


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