RISCOS ERGONÔMICOS NO TRABALHO DA ÁREA DA SAÚDE: UMA REVISÃO DE LITERATURA

Jordana Silveira Beckenkamp, Júlia Otesbelgue Moraes, Jéssica Vieira, Luana Elaine Haas, Suzane Beatriz Frantz Krug

Resumo


Os riscos ergonômicos são resultantes do esforço físico intenso, levantamento e transporte de peso, posturas inadequadas, repetitividade, jornada de trabalho, entre outros, que acarretam sobrecarga na estrutura musculoesquelética, além de problemas psicossociais no trabalhador. Os fatores que propiciam esses distúrbios musculoesqueléticos advêm da organização do trabalho, condições do trabalho, salário, vida social, mobiliário inadequado, sobrecarga de trabalho, movimentação e transporte de pacientes. Os profissionais de enfermagem são acometidos por esses riscos, ocasionando, principalmente, desgaste mental e físico. Trata-se de uma pesquisa bibliográfica, por meio de dados obtidos em base de dados virtuais em saúde, com bibliografias sobre o tema e artigos. O objetivo é identificar os fatores ergonômicos no trabalho na área da saúde, o panorama atual e as perspectivas acerca dessa realidade no trabalho. Pesquisa feita em Nova Zelândia com 2.284 profissionais de enfermagem mostra que 62,6% desses apresentam dores nas costas relacionadas às atividades laborais. Os profissionais enfermeiros são os mais acometidos por Lesão por Esforço Repetitivo/Distúrbios Osteomusculares Relacionado ao Trabalho (LER/DORT) devido à rotina de esforços extremos. As unidades com maior risco ergonômico são a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e Unidade de Cuidados Intermediários (UCI) com 83,3% da equipe afetada, pelo fato dos pacientes serem totalmente dependentes da equipe de enfermagem, tendo a movimentação e remoção dos mesmos como principal atividade que contribui para os distúrbios musculoesqueléticos. Em uma pesquisa feita com 123 enfermeiros, o peso dos pacientes foi a variável que obteve maior percentual para risco ergonômico com 46,3%. Pesquisa feita em vários países mostra prevalência superior a 80% de ocorrência de distúrbios musculoesqueléticos em trabalhadores de enfermagem e, no Brasil, esse índice encontra-se entre 43 a 93%. O Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) afirma que nos últimos 12 anos, as doenças motivadas por fatores de riscos ergonômicos e a sobrecarga mental superam os eventos traumáticos, sendo 20,76% dos afastamentos por causas ergonômicos e mentais, enquanto, 19,43% por trauma. Mostra-se importante que os profissionais de saúde precisam de ações no seu cotidiano laboral que envolvam medidas preventivas aos riscos ergonômicos, promovendo capacitações, realizando treinamentos que visem à promoção das doenças osteomusculares, o uso adequado da mecânica corporal, investimentos em mobiliário adequado para evitar posturas inadequadas, a fim de melhorar a qualidade de vida dos trabalhadores.

Palavras-chave: riscos ergonômicos, enfermagem, trabalho


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