O trato gastrintestinal do RN possui funções importantes no seu desenvolvimento e crescimento sadio, sendo possível nessa fase, se encontrar alterações que interferem no funcionamento normal do trato gastrointestinal. A Enterocolite Necrosante (ECN), grave alteração gastrointestinal presente em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal (UTIN), é uma das principais causas de morbidade e mortalidade em neonatos, mostrando a importância de um exame físico detalhado da região abdominal, a fim de detectar precocemente essa patologia. Objetiva-se discorrer sobre os principais aspectos da ECN em neonatos; Enfatizar os cuidados específicos no que se refere à Assistência de Enfermagem. Trata-se de um estudo qualitativo exploratório e descritivo do tipo revisão de literatura, utilizando bibliografias científicas atuais e bases de dados online que contemplem o tema proposto. A ECN é uma patologia com sinais e sintomas gastrointestinais e sistêmicos que se apresenta de forma progressiva e intensidade variável, definida pela presença de necrose e inflamação do trato gastrointestinal do neonato. A imaturidade imunológica e gastrintestinal, isquemia e colonização bacteriana são fatores envolvidos na lesão, acreditando-se que seja um distúrbio multifatorial. A estimativa da incidência da ECN está em torno de 1 – 3 por 1.000 recém-nascidos vivos, afetando entre 2 a 10% dos prematuros, com peso abaixo de 1500 gr. A média da idade gestacional é de volta 31 semanas. A taxa de mortalidade global por ECN é de 20 a 40% sendo mais elevada nos recém-nascidos com muito baixo peso. Pode apresentar-se com sintomas digestivos, bem como, com sintomas sistêmicos que tendem a serem inespecíficos. Conforme o seu desenvolvimento fisiopatológico, a ECN pode apresentar-se em: estágio I; estágio II e estágio III. O diagnóstico, havendo suspeita clínica, é realizado por meio de radiografia de abdômen e ecografia abdominal. O tratamento irá variar conforme o grau de acometimento intestinal e da gravidade da apresentação da doença. Alguns cuidados de enfermagem, importantes durante o tratamento são: manuseio mínimo; medir a circunferência abdominal e controlar o peso diariamente; observar e registrar aspecto do resíduo gástrico, presença de sangue nas fezes, hipoatividade, irritabilidade, perfusão, distensão abdominal, apneias; instalar balanço hídrico rigoroso entre outros. Constatou-se que a ECN se manifesta de modo exagerado e severo em um ambiente de imaturidade intestinal, aumentando assim o risco de invasão bacteriana devido ao seu alto grau de acometimento, sendo considerada a mais comum emergência clínica/cirúrgica gastrointestinal adquirida no período neonatal. Um diagnóstico precoce com aplicação de terapêutica imediata são fatores fundamentais para a diminuição dos índices de morbidade e mortalidade inerentes a esta patologia. Conclui-se que a ECN representa uma emergência neonatal muito comum, em que a brevidade do diagnóstico se torna fundamental para a instituição terapêutica rápida prevenindo assim complicações. Na maioria dos casos, no entanto, há dificuldade de estabelecer um diagnóstico precoce devido aos sinais e sintomas iniciais inespecíficos e bastante variáveis.  Nota-se que é de suma importância um exame físico detalhado pela equipe de saúde, sendo de extrema importância a inspeção e avaliação do abdome do RN, partindo-se assim da suspeita clínica, diagnosticar precocemente a patologia.