ADESÃO AO TRATAMENTO FARMACOLÓGICO EM ADULTOS QUE HOSPITALIZARAM POR CONDIÇÕES CARDIOVASCULARES SENSÍVEIS A ATENÇÃO PRIMÁRIA
Resumo
A adesão ao tratamento farmacológico é definido como o comportamento de uma pessoa em tomar o medicamento corresponde às recomendações acordadas com o profissional de saúde. Condições cardiovasculares sensíveis à atenção primária (CCSAP – Hipertensão, Angina pectoris, Insuficiência cardíaca e doenças cerebrovasculares) representam um conjunto de problemas de saúde para os quais a efetiva ação na atenção primária diminuiria o risco de hospitalizações. Diversos fatores podem estar envolvidos na hospitalização por CCSAP, entre eles, a não adesão ao tratamento farmacológico, sendo esta considerada um dos principais fatores associados ao controle dos níveis pressóricos e prevenção de Doença Cardiovascular. O presente trabalho buscou avaliar a adesão ao tratamento farmacológico em adultos que hospitalizaram por condições cardiovasculares sensíveis a atenção primária. Através de um estudo transversal com adultos que hospitalizaram por CCSAP no período de 01/08/2014 a 31/12/2015 em hospital de ensino no Sul do Brasil. A adesão ao tratamento medicamentoso foi avaliada através do teste de Morisky-green. Através das perguntas: “Você, alguma vez, esquece de tomar o seu remédio?”, “Você, às vezes, é descuidado quanto ao horário de tomar o seu remédio?”, “Quando você se sente bem, alguma vez, vocês deixa de tomar o seu remédio?” e “Quando você se sente mal, com o remédio, às vezes, deixa de tomá-lo?”. Os entrevistados foram considerados aderentes quando responderam “não” as quatro perguntas do teste. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UNISINOS-CEP:709.392. A amostra incluiu 218 adultos, com proporções semelhantes quanto ao sexo, média de idade de 65 anos (DP=12) e de número médio de medicamentos de 4,6 (DP=2,53). Dos entrevistados 78 (35,78%) foram considerados aderente, ou seja, não responderam “sim” em nenhuma das perguntas, 64 (29,36%) obtiveram uma moderada adesão, 50 (22,94%) dos entrevistados respondeu “sim” a duas das perguntas, sendo considerados com moderada adesão, 21 (9,63%) foi classificado com baixa adesão e 5 (2,29%) respondeu “sim” a todas as perguntas, ou seja, obtiveram uma baixa adesão ao tratamento farmacológico. Foi possível verificar que grande parte dos entrevistados aderiu ao tratamento farmacológico, porém muitos deixaram de utilizar o medicamento ao menos uma vez. Isso comprova que existe a necessidade de medidas educacionais aos pacientes, visando aumentar a adesão ao tratamento. Cabe aos profissionais de saúde maior atenção e acompanhamento, visto que grande maioria dos medicamentos para Hipertensão, Angina pectoris, Insuficiência cardíaca e doenças cerebrovasculares são disponibilizados pelo Sistema Único de Saúde. Ao aceitarem o tratamento farmacológico na atenção primária o paciente terá uma melhor qualidade de vida e evitará o agravo a sua saúde.
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