O presente relato de experiência trata-se do trabalho desenvolvido com o grupo de gestantes de alto risco em um hospital de ensino do interior do Rio Grande do Sul. No que diz respeito à  gestação, ela é considerada como um fenômeno fisiológico e deve ser vista tanto pelas gestantes, quanto pelas equipes de saúde como uma experiência de vida saudável que envolve mudanças físicas, sociais e emocionais.  A gravidez é considerada de alto risco quando o feto e a mulher estão expostos ao risco, em decorrência de uma doença orgânica crônica ou aguda. Há uma parcela de mulheres que, por apresentarem determinadas características ou por sofrerem de alguma doença, têm maiores chances de uma evolução gestacional desfavorável. Busca-se por meio do trabalho de educação em saúde realizar uma escuta ativa das gestantes de alto risco internadas na maternidade do hospital, acolhendo dúvidas, auxiliando no processo de adaptação no período de hospitalização, e instruindo em relação ao retorno para casa. As atividades são realizadas com as gestantes de alto risco que se encontram internadas na maternidade do hospital. O mesmo ocorre semanalmente, com duração média de 1 hora, e é desenvolvido e coordenado pelo Serviço Integrado de Atendimento Psicossocial, com a participação de residentes da Residência Multiprofissional em Saúde. Os convites são realizados nos quartos da maternidade antes de se iniciar o grupo.  Todos os encontros realizados são registrados com a descrição da atividade desenvolvida, bem como com assinatura das participantes. Como critérios de inclusão e exclusão para a participação no grupo, segue-se os critérios preconizados pelo Manual Técnico de Gestação de Alto Risco. As temáticas a serem abordadas nos encontros são definidas previamente pelos profissionais, podendo ser alteradas a partir das demandas que se apresentam. Acredita-se que as intervenções realizadas com o grupo de gestantes de alto risco alcançam resultados satisfatórios, à medida que servem como um importante dispositivo de suporte social para essas mulheres. Pode-se observar nas gestantes alguns sentimentos mobilizados tanto pela descoberta de que sua gestação é de alto risco ou pela própria condição de estar hospitalizada, entre eles, medo da morte, medo da gestação ser interrompida, solidão devido ao isolamento, culpa, entre outros sentimentos que permeiam a gestação. O grupo nos permite criar um maior vínculo com essas gestantes, facilitando a compreensão delas diante da gestação de alto risco, o que possibilita por parte das equipes de saúde abordagens mais qualificadas, tendo em vista que as gestantes possuem maior adesão às informações necessárias durante o ciclo gestacional. A partir deste relato de experiência, pode-se afirmar que abordar a educação em saúde para as gestantes de alto risco é imprescindível, já que elas apresentam diversas dúvidas e dificuldades sobre as questões que envolvem essa temática. O espaço do grupo proporciona às gestantes momentos de trocas de experiências e reflexões. Ademais, o grupo proporciona a nós, profissionais da saúde envolvidos, momentos de grande aprendizagem. Através desta experiência, pudemos vislumbrar novas possibilidade entre ensino e prática, reafirmando que as ações de promoção de saúde devem ser de caráter obrigatório, visando intervenções que sejam transformadoras e renovadoras.