TIPAGEM SANGUÍNEA: UMA ABORDAGEM PARA O INCENTIVO À DOAÇÃO SANGUÍNEA, DE ÓRGÃOS E MEDULA

Daiane da Silva, Elisabete Maria Lovato Eick, Daniela Wagner, Vatusi Costa Fanfa, Eloisa Luciana Berlt, Letícia Clauhs, Cezar Rodrigo Priebe, Lia Gonçalves Possuelo, Chana de Medeiros da Silva

Resumo


A tipagem sanguínea é utilizada para determinar o grupo sanguíneo de um indivíduo, estando relacionada à presença ou ausência de antígenos na membrana dos eritrócitos. É uma ferramenta extremamente importante que permite a classificação dos sistemas ABO (divididos em A, B, AB e O) e Fator Rh (positivo ou negativo), o que é indispensável para precaver reações hemolíticas devido à incompatibilidade dos sistemas na seleção de doadores e nas transfusões sanguíneas. Este trabalho teve como objetivo conscientizar a comunidade acadêmica da importância da doação de sangue, órgãos e medula. No dia mundial do doador de sangue, 14 de junho, nas dependências do Centro de Convivência da Universidade de Santa Cruz do Sul, foram realizados testes gratuitos de tipagem sanguínea como uma estratégia de divulgação da campanha de doação de sangue promovida no dia 20 de junho de 2017, no Serviço Integrado de Saúde, em parceria com o Hemocentro do Hospital Santa Cruz. Além disso, o grupo apresentou durante os três turnos do dia um vídeo sobre a importância da doação e prestou informações sobre os requisitos mínimos exigidos para doação de sangue. As ações foram idealizadas pelos docentes e bolsistas do programa Pró-Saúde. Durante a realização da tipagem sanguínea aplicou-se um questionário aos participantes, visando a obtenção de informações referentes à doação de órgãos, sangue e medula. Para a tipagem sanguínea, foi necessária a coleta de três gotas de sangue, sendo as mesmas depositadas sobre uma lâmina e, a cada gota, adicionado um anticorpo monoclonal. Na primeira gota, foi colocado o Anti-A, na segunda gota foi colocado o Anti-B e na terceira o Anti-D (anti-Rh). Fez-se a homogeneização das amostras, identificando-se a presença ou não de aglutinação para a interpretação dos resultados. Foram realizadas 246 tipagens sanguíneas, sendo 177 (71,95%) indivíduos com faixa etária de 14 a 29 anos e 68 (27,64%) com faixa etária de 30 a 67 anos; predominando o sexo feminino (71,3%). Deste total, 211 (85,77%) responderam que seriam doadoras, 16 (6,50%) que não doariam e 19 (7,72%) não responderam. Dos participantes, 53 (21,55%) já sabiam seu tipo sanguíneo, 185 (75,20%) não sabiam, e oito (3,25%) não responderam. Foram identificadas 73 pessoas (29,67%) com tipo sanguíneo A; oito (3,25%) com AB; 13 (5,28%) B e 107 (39,42%) O, sendo que 48 (19,51%) questionários ficaram sem o preenchimento dessa informação e três (1,22%) tiveram somente a resposta do sistema ABO informada. Todos que atendiam aos requisitos mínimos para doação de sangue foram convidados para participar da campanha. Aqueles que demonstraram interesse inscreveram-se e seus horários para coleta foram agendados, totalizando 39 pessoas. Deste total, apenas 19 foram considerados aptos a doar a partir da triagem e valor de hematócrito, doando aproximadamente 400 ml de sangue cada um. Conclui-se que ações como essa devem ocorrer mais frequentemente, pois de acordo com a Organização Mundial da Saúde o percentual ideal de doadores para um país deveria ser entre 3,5% e 5% de sua população e no Brasil este percentual não chega a 2%. Existem várias situações em que a transfusão de sangue se torna vital, como nos pacientes vítimas de acidentes de trânsito, pacientes com grandes queimaduras, pacientes hemofílicos, anêmicos, com problemas de coagulação sanguínea e outras situações de emergência. Cada doação pode salvar a vida de até 4 pessoas. Doar sangue torna-se, portanto, um ato de solidariedade.

 


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