NÍVEIS DE APTIDÃO FÍSICA RELACIONADA À SAÚDE DE ESCOLARES PARTICIPANTES DO PIBID/UNISC - EDUCAÇÃO FÍSICA

Leticia de Borba Schneiders, Eduarda Luisa Kuss, Miria Suzana Burgos

Resumo


Atualmente, os níveis de aptidão física de crianças e adolescentes estão gerando grandes preocupações, em que o sobrepeso e a obesidade acabam se tornando um problema de saúde pública, com crescente prevalência. Ciente desse fato, percebe-se a importância do papel do professor de Educação Física, considerando a escola como um ambiente primário para a prevenção de doenças metabólicas, bem como a promoção da saúde. O objetivo é analisar os níveis de aptidão física relacionada à saúde de escolares de uma escola estadual de Santa Cruz do Sul. O método é o estudo transversal com 198 escolares, de 10 turmas, de 2° ao 5° ano, participantes das aulas de monitoria do Programa Institucional de Iniciação a Docência - PIBID, Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Para a determinação da aptidão física relacionada à saúde, utilizaram-se os testes da bateria proposta pelo Projeto Esporte Brasil: o teste de corrida/caminhada de 6 minutos, para a resistência cardiorrespiratória (APCR), o teste de resistência abdominal (abdominal em 1 minuto) para a força/resistência muscular. O índice de massa corporal (IMC) foi avaliado por meio da verificação da estatura (com o uso fita métrica) e da massa corporal (balança digital), classificado através das curvas de percentis da Organização Mundial da Saúde. Também foi analisado o teste sentar e alcançar, para a flexibilidade, por meio dos protocolos do Projeto Esporte Brasil. Para a análise dos dados, utilizou-se a estatística descritiva, através do teste t para amostras independentes e qui-quadrado, por meio do programa SPSS 23.0. Diante dos resultados obtidos, foi possível identificar valores elevados de sobrepeso/obesidade, através do IMC, tendo 46,0% para o sexo feminino e 41,8% para o masculino. Para a flexibilidade, observou-se que 80,0% do sexo feminino e 94,9% do sexo masculino apresentaram classificação como indicador de risco, demonstrando diferenças significativas (p<0,002). Quanto ao teste abdominal, pode-se observar que os meninos demonstraram uma maior média de repetições (23), enquanto a média das meninas foi de 18 repetições. De acordo com a classificação, 58,2% do sexo masculino encontra-se em zona saudável, destacando diferença significativa (p<0,001); porém, 52% do sexo feminino está em zona de risco à saúde. Em relação ao teste de APCR, pode-se observar que a maioria dos escolares, de ambos os sexos, apresentou-se na zona de risco à saúde (feminino=98,0% e masculino=89,8%), evidenciando uma diferença significativa (p<0,016). Observaram-se altos níveis de sobrepeso e obesidade, bem como resultados alarmantes nos testes de aptidão física relacionados à saúde, principalmente nos testes de flexibilidade e APCR. Podemos concluir que o profissional de Educação Física, atuante no âmbito escolar, tem papel fundamental para a prevenção e promoção da saúde de crianças e adolescentes, de modo que sejam revertidos os valores de risco retratados no presente trabalho, aspectos que, pela literatura, auxiliam também na melhoria do rendimento escolar.

Palavras-chave: Aptidão Física. Sobrepeso. Obesidade. Saúde Escolar.


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