CONHECIMENTO E PERCEPÇÃO DA TUBERCULOSE (TB) EM ACADÊMICOS DA ÁREA DA SAÚDE EM UM MUNICÍPIO DO SUL DO PAÍS.
Resumo
A Tuberculose (TB) é uma doença infectocontagiosa milenar a qual perdura como grave problema de saúde mundial. De acordo com o relatório anual da Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2015, houve 1.4 milhões de mortes por tuberculose, tratando-se de um número significativo para uma patologia que tem cura. Sabe-se, no entanto, que não há divulgação adequada sobre a TB para a população, nem mesmo para profissionais da saúde. Dessa forma, a falta de conhecimento sobre a TB, especialmente entre acadêmicos e profissionais da saúde, dificulta a eficácia das políticas públicas. Nesse sentido, o objetivo do presente estudo foi avaliar o conhecimento e a percepção sobre a tuberculose em estudantes de cursos superiores da área da saúde, no município de Santa Cruz do Sul. Os dados foram coletados a partir de um questionário, aplicado no mês de março de 2017, como parte das atividades da VII Semana Municipal de Combate à TB nos cursos de Medicina, Odontologia, Farmácia, Enfermagem, Nutrição e Fisioterapia, desde o 1° semestre até o 10° semestre. As variáveis estudadas foram as seguintes: sexo, idade, curso, noções de sintomatologia, como tosse crônica há mais de três semanas, febre vespertina, anorexia, dispneia e possível hemoptise, agente causador, formas de transmissão, grupos vulneráveis, bem como o conhecimento epidemiológico (número da população infectada) da doença em nível nacional. A amostra total foi de 546 alunos que participaram do estudo. Houve predomínio de estudantes do sexo feminino (78,9%). 63,6% afirmaram conhecer a sintomatologia, mas apenas 29,3% possuíam real conhecimento dos sintomas relacionados à enfermidade. Ainda, 45,1% afirmaram conhecer o agente causador, bem como o predomínio de forma de contágio por vias aéreas (72,2%). Quando questionados sobre os grupos vulneráveis à infecção, 76,7% responderam que qualquer indivíduo pode ser contaminado; enquanto 9,2% relacionaram apenas a exposição aos infectados. Em relação a outras formas de tuberculose (TB extrapulmonar), 78,8% dos alunos afirmaram desconhecer essa forma de manifestação. Por fim, ressalta-se que 81% dos entrevistados não estão cientes do perfil epidemiológico da doença a nível nacional. O presente estudo permitiu identificar a falta de conhecimento sobre a tuberculose, evidenciando o despreparo para o manejo da enfermidade pelos futuros profissionais da saúde. Nesse sentido, o desconhecimento acaba propiciando diagnósticos e tratamentos equivocados, perdurando o quadro epidêmico da TB.
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