FISIOTERAPIA AQUÁTICA EM PACIENTE COM MÚLTIPLOS DIAGNÓSTICOS: UM ESTUDO DE CASO

Eliziana Eichelberger Lopes, Daniela Brum Silva, Patricia Oliveira Roveda

Resumo


É bastante comum pessoas com desordens de origem reumática e ortopédica apresentarem múltiplos diagnósticos. A hérnia de disco é uma protusão do núcleo discal que pode levar à compressão das raízes nervosas, é uma patologia frequente da coluna lombar (CL), provocada pela hipermobilidade e forças compressivas, tornando o núcleo pulposo mais vulnerável. A discopatia degenerativa crônica também é chamada osteocondrose intervertebral e, além das modificações estruturais do disco, causa alterações reativas no corpo vertebral, os osteófitos. A artrose, doença articular degenerativa é uma afecção dolorosa que ocorre por insuficiência da cartilagem e a escoliose consiste numa deformidade postural rotacional tridimensional que afeta a coluna vertebral (CV) nos planos coronal, sagital e axial. Existem diversos tratamentos que podem ser utilizados para essas patologias, a Fisioterapia em solo e/ou a Fisioterapia Aquática (FA) são alguns deles. A FA através das propriedades físicas e fisiológicas da água associada a um programa de exercícios beneficiam pacientes com múltiplos diagnósticos. Assim, objetiva-se apresentar o estudo de caso de uma paciente atendida em piscina aquecida durante a disciplina de Fisioterapia Aquática. Trata-sede um estudo de caso, realizado na prática da disciplina de FA na clínica Fisiounisc da Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC, no dia 21 de julho de 2017. Paciente J. A., 56 anos, sexo feminino, aposentada, com hérnia discal L4-L5, discopatia degenerativa na CL, artrose lombar em diferentes níveis e escoliose lombar leve dextroconvexa, queixa principal de dor lombar irradiada para membro inferior D e com marcha claudicante. A partir da avaliação fisioterápica e queixas, estabeleceram-se como objetivos: diminuir a dor, tensão e contraturas musculares da CV, em especial da CL; melhorar a amplitude de movimento da CL e de membros inferiores (MMII) e melhorar o padrão postural da CV. Foram verificados os sinais vitais (SV) e aplicada a escala visual analógica da dor (EVA) antes e após a sessão. Na sessão de FA foi realizado: alongamentos de MMII (cadeia posterior e anterior com uso de aquatubo) e da CV (com aquatubo emposição fetal, tração manual e descompressão da CV, associados a exercícios respiratórios); alongamentos e fortalecimentos para a escoliose lombar em “C” (deslizamento em decúbito dorsal, sentado no espaguete e com tração da concavidade E, padrões isotônicos do Método BadRagazpara convexidade D), dissociação de cinturas (escapular e pélvica); mobilização passiva de tronco e MMII; relaxamento com massoterapia manual e bolinha de propriocepção. Os SV no início da sessão foram FC: 75 bpm, PA: 120/80 mmHg, Sat.O²: 96% , FR:17ipm e EVA:8na CL e, ao final, foram FC:82bpm, PA: 120/80 mmHg, Sat.O²: 98%,FR:14ipm e EVA:6 na CL, observando-se uma melhora da saturação de oxigênio, mesmo que pequena e alívio do quadro álgico. A paciente relatou melhora da dor e o relaxamento corporal geral. A FA em água aquecida mostrou-se eficaz na redução da tensão muscular e na analgesia, melhorando sua qualidade de vida, pois seus relatos de dor são diários. As vivências na formação acadêmica nas diferentes disciplinas, aqui relatadas na FA, têm propiciado melhor preparação dos acadêmicos do curso para realizarem os Estágios Supervisionados, assim como para obterem maiores habilidades técnicas neste meio diferenciado de atuação, a água e autoconfiança para o exercício profissional futuro.

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