Ainda hoje se percebe na formação acadêmica do aluno de Odontologia a predominância de tratamentos curativos quando comparado aos de promoção e prevenção em saúde bucal. A odontologia minimamente invasiva (OMI) entra como uma nova prática que visa diminuir a necessidade de desgastes das estruturas dentárias, permitindo aos tecidos afetados a possibilidade de se reparar. Em um primeiro momento, está extremamente relacionada ao tratamento da doença cárie, em que se busca, sempre que possível, remover a mínima quantidade necessária de tecido cariado. O Projeto de Promoção e Prevenção em Endodontia almeja aderir a prática da OMI como forma de instituir saúde e evitar que a doença cárie atinja o órgão pulpar, levando à necessidade de um tratamento mais invasivo, como, por exemplo, um tratamento endodôntico conservador ou radical. Manter a saúde bucal através da preservação da maior quantidade de estrutura dentária é o grande objetivo do emprego da nova prática no projeto em questão, a fim de diminuir os procedimentos invasivos que levaria a um sobre tratamento. O tema ganhou maior expressão ao reunir especialistas que constituíram documento de consenso sobre o manejo das lesões cariosas, desde uma adequada terminologia até orientações detalhadas para a remoção cautelosa do tecido cariado. A investigação na literatura possibilitou a discussão sobre a OMI através de capacitações para discentes bolsistas e docentes que identificaram os diferentes tipos de lesões cariosas, através do tipo de dentina envolvida e qual a melhor conduta clínica perante cada situação. Assim, pacientes jovens que são encaminhados pelas disciplinas do Curso de Odontologia da UNISC, ao projeto de Promoção e Prevenção em Endodontia, são examinados pelos estudantes bolsistas e recebem a melhor indicação de tratamento. Busca-se, dessa maneira, aplicar os conceitos de uma Odontologia Minimamente Invasiva para prevenir tratamentos invasivos que poderiam levar ao tratamento endodôntico posteriormente. A temática da Odontologia Minimamente Invasiva possibilitou uma discussão sobre o tema, o aprimoramento do conhecimento e uma nova prática de tratamento até então pouco executada na Clínica de Odontologia da UNISC, além de interesse em divulgar e propagar uma nova forma de abordagem sobre os processos de doença e promoção de saúde. O conhecimento acerca da Odontologia Minimamente Invasiva contribui na formação acadêmica de bolsistas, ampliando a visão de promoção e prevenção em saúde bucal e a aplicação na prática durante as atividades do projeto. Espera-se que a abordagem e discussão sobre a OMI constituam a base para uma clínica que respeita a capacidade reparadora dos tecidos dentais e diminua sua intervenções ao mínimo necessário.