A APLICAÇÃO DO LED NO PROCESSO DE REPARO TECIDUAL DE LESÃO POR PRESSÃO

Rafael Kniphoff da Silva, Claudia Maria Schuh, Caroline Siqueira Pereira, Carmem Schwendler, Claudia Maria Schuh

Resumo


A lesão por pressão é definida como uma injúria localizada na pele e no tecido subjacente, que usualmente ocorre sobre proeminências ósseas, como cotovelos, tornozelos e quadril, ou áreas que recebem grande quantidade de pressão. A compressão do tecido sensível sobre a proeminência óssea resulta em subsequente redução do fluxo sanguíneo e isquemia do local, causando hipóxia dérmica, necrose, ruptura da epiderme e, eventualmente, contaminação bacteriana. As localizações mais acometidas pelas lesões de pressão são: região isquiática (24%), podendo chegar aos índices próximos de 50%; sacrococcígea (23%); trocantérica (15%); calcânea (8%); maléolos laterais (7%); cotovelos (3%); região occipital e escapular correspondem a 1%. O emprego de LEDs (Light Emitting Diode) de baixa potência com finalidades terapêuticas vem sendo muito ampliado ao longo dos últimos anos, porém, carecendo de estudos e publicações. A foto-bio-estimulação causada pela irradiação por LEDs apresenta uma série de resultados, tais como, o aumento da taxa de proliferação de células, o aumento da taxa de produção de fibroblastos e da síntese de colágeno. Busca-se, então, avaliar a cicatrização ou regeneração tecidual de lesão por pressão com uso de LED no tratamento, através de um estudo de caso de natureza qualitativa sobre um paciente portador de úlcera de pressão bilateral na região trocantérica. As lesões de ambos os membros estão presentes desde 2012. O estudo foi realizado no Serviço de Reabilitação Física (SRFis) na clínica FisioUnisc, localizada no bloco 34 da UNISC, no município de Santa Cruz do Sul, no período de 23/03/2017 a 30/06/2017. Após a higienização das úlceras com soro fisiológico 0,9%, aplicou-se ondas de luz pontualmente sobre as feridas protegidas por PVC, a luz azul (430nm) na dose de 8J/cm² e, imediatamente após, a luz vermelha (660nm) na dose de 8J/cm² em toda a extensão das lesões, inclusive em suas bodas, na frequência de uma vez por semana, durante 15 semanas, totalizando 10 sessões. Através da utilização do Instrumento de Avaliação do Estado da Úlcera de Pressão, observou-se discreta diminuição do tamanho, leve diminuição da profundidade, cor mais clara circundante às feridas, surgimento de ilhas de cicatrização e a epitelização manteve-se íntegra em ambos os membros, outros aspectos avaliados através do instrumento se mantiveram estáveis quando comparados com a avaliação inicial. Até o presente momento foram obtidos bons resultados em vários aspectos no que diz respeito à cicatrização da ferida. Deve ser levado em consideração o fato de que a aplicação do LED era realizada apenas uma vez a cada semana, tornando a recuperação da úlcera mais lenta.

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