CONHECIMENTO E ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS ESTÃO ASSOCIADOS?

Eduarda Meili Da Cas, Lucas Limberger Machado, Emmanuely Nunes Vieira, Betina Schneider, Andressa Baumhardt da Silva, Patricia M. Lopez Monteiro, Tiago da Silva Martins, Fabiana Assmann Poll, Francisca Maria Assmann Wichmann

Resumo


Estratégias de Aconselhamento alimentar têm crescido significativamente, em face do diagnóstico precoce das doenças crônicas e do reconhecimento da influência da alimentação e do sobrepeso sobre elas. Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o consumo alimentar é considerado um forte preditor de risco. O conhecimento nutricional de determinado grupo populacional vem sendo proposto por algumas pesquisas como indicador capaz de influenciar nas escolhas alimentares e, possivelmente, associar-se ao estado nutricional e comportamento alimentar. Muitas intervenções centradas na educação nutricional têm sido conduzidas com o intuito de aumentar o conhecimento nutricional da população e, consequentemente, melhorar seus hábitos alimentares. O presente estudo tem por objetivo avaliar o conhecimento nutricional de idosos por meio da aplicação de uma escala previamente validada no Brasil e correlacioná-lo com o estado nutricional. O questionário consta de doze questões, sendo duas dissertativas e as demais objetivas. A pontuação final atribuída seguiu o proposto pelos autores supracitados, sendo categorizada da seguinte maneira: pontuações totais entre zero e seis indicaram baixo conhecimento nutricional, entre sete e dez indicaram moderado conhecimento nutricional e acima de dez indicaram alto conhecimento nutricional. Para determinação do estado nutricional, foi calculado o índice de massa corporal por meio dos dados de peso e estatura referidos pelos participantes. O consumo alimentar foi avaliado conforme questionário proposto pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Dos avaliados, 57,35% (n=39) eram mulheres e a média de idade da amostra foi de 23,10±4,41 anos. No consumo alimentar prevaleceram os carboidratos refinados, como pão branco (60%) e arroz branco (50%) e carne bovina (62,5%). O consumo de frutas e saladas foi maior no sexo feminino, e o os homens relataram maior consumo de frituras, embutidos e refrigerantes. As mulheres apresentaram menor frequência de ingestão de frituras, embutidos e refrigerantes. Obteve-se, como resultado do questionário aplicado, que a média de acertos foi de 16,56±3,91 pontos, sendo que as mulheres obtiveram maior pontuação. Quanto à avaliação nutricional, 82,35% dos indivíduos apresentaram moderado conhecimento nutricional. No entanto, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre o estado nutricional e o conhecimento nutricional (p=0,396 e p=0,222). Diante dos resultados encontrados, conclui-se que os acadêmicos possuem conhecimento nutricional, mas, possivelmente, este não é incorporado para promoção de hábitos saudáveis. Esse achado pode indicar que o conhecimento nutricional não é um fator isolado para desenvolver a prática de hábitos saudáveis, pois depende de outros fatores socioeconômicos e culturais e, assim sendo, não evita doenças relacionadas a um estilo de vida inadequado, ou seja, o conhecimento nutricional é necessário, mas não suficiente para mudanças no comportamento alimentar do indivíduo.


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