CONHECIMENTO E ESTADO NUTRICIONAL EM IDOSOS HIPERTENSOS E DIABÉTICOS ESTÃO ASSOCIADOS?
Resumo
Estratégias de Aconselhamento alimentar têm crescido significativamente, em face do diagnóstico precoce das doenças crônicas e do reconhecimento da influência da alimentação e do sobrepeso sobre elas. Dentre os fatores de risco para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares, o consumo alimentar é considerado um forte preditor de risco. O conhecimento nutricional de determinado grupo populacional vem sendo proposto por algumas pesquisas como indicador capaz de influenciar nas escolhas alimentares e, possivelmente, associar-se ao estado nutricional e comportamento alimentar. Muitas intervenções centradas na educação nutricional têm sido conduzidas com o intuito de aumentar o conhecimento nutricional da população e, consequentemente, melhorar seus hábitos alimentares. O presente estudo tem por objetivo avaliar o conhecimento nutricional de idosos por meio da aplicação de uma escala previamente validada no Brasil e correlacioná-lo com o estado nutricional. O questionário consta de doze questões, sendo duas dissertativas e as demais objetivas. A pontuação final atribuída seguiu o proposto pelos autores supracitados, sendo categorizada da seguinte maneira: pontuações totais entre zero e seis indicaram baixo conhecimento nutricional, entre sete e dez indicaram moderado conhecimento nutricional e acima de dez indicaram alto conhecimento nutricional. Para determinação do estado nutricional, foi calculado o índice de massa corporal por meio dos dados de peso e estatura referidos pelos participantes. O consumo alimentar foi avaliado conforme questionário proposto pelo Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional (SISVAN). Dos avaliados, 57,35% (n=39) eram mulheres e a média de idade da amostra foi de 23,10±4,41 anos. No consumo alimentar prevaleceram os carboidratos refinados, como pão branco (60%) e arroz branco (50%) e carne bovina (62,5%). O consumo de frutas e saladas foi maior no sexo feminino, e o os homens relataram maior consumo de frituras, embutidos e refrigerantes. As mulheres apresentaram menor frequência de ingestão de frituras, embutidos e refrigerantes. Obteve-se, como resultado do questionário aplicado, que a média de acertos foi de 16,56±3,91 pontos, sendo que as mulheres obtiveram maior pontuação. Quanto à avaliação nutricional, 82,35% dos indivíduos apresentaram moderado conhecimento nutricional. No entanto, não foi observada diferença estatisticamente significativa entre o estado nutricional e o conhecimento nutricional (p=0,396 e p=0,222). Diante dos resultados encontrados, conclui-se que os acadêmicos possuem conhecimento nutricional, mas, possivelmente, este não é incorporado para promoção de hábitos saudáveis. Esse achado pode indicar que o conhecimento nutricional não é um fator isolado para desenvolver a prática de hábitos saudáveis, pois depende de outros fatores socioeconômicos e culturais e, assim sendo, não evita doenças relacionadas a um estilo de vida inadequado, ou seja, o conhecimento nutricional é necessário, mas não suficiente para mudanças no comportamento alimentar do indivíduo.
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