AVALIAÇÃO DA PARTICIPAÇÃO/NÃO PARTICIPAÇÃO A PARTIR DE ENCONTROS DE EDUCAÇÃO EM SAÚDE SOBRE OS ÍNDICES DE RISCOS CARDIOVASCULARES
Resumo
Adesão ao tratamento é o fator mais importante para o controle efetivo do risco cardiovascular. Com o aumento do número de idosos e da expectativa de vida, faz-se necessário desenvolvermos estratégias que visem à educação, à prevenção e, principalmente, à promoção da saúde desta faixa etária, visando à manutenção de sua autonomia e da independência. O engajamento em atividades grupais além de ampliar os vínculos sociais, favorece ainda a vivência de um estado de plenitude e bem-estar, que possibilita um reforço no sentido existencial do idoso, ajudando-o na melhora em seus índices antropométricos e clínicos. Objetivou-se avaliar a adesão dos idosos a partir do índice de participação nos encontros de educação em saúde e relacionar a influência sobre o risco cardiovascular. Este trabalho consiste em uma análise retrospectiva realizada em banco de dados do projeto de extensão universitária “Promoção de Modos de Vida Saudáveis nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Obesidade: Da Infância ao Envelhecimento Humano”, no ano de 2016. As variáveis que compuseram o estudo foram: circunferência abdominal, estatura, faixa etária, índice de massa corporal e sexo. A taxa de adesão foi classificada como boa (>50%) e baixa (<50%), seguindo as recomendações da WHO, 2003. Os níveis de participação e dados antropométricos que compuseram o desfecho do estudo. A análise estatística foi realizada com SPSS 19.0, utilizando o teste qui quadrado para a comparação inferencial. Foram analisados prontuários de 32 idosos do projeto de extensão universitária, de ambos os sexos entre 60 e 84 anos. A idade média foi de 72,31 (±7,37) anos, cerca de 71,9% eram mulheres e 28,1% homens. O risco cardiovascular foi encontrado em 75,0% da população e o excesso de peso em 62,5%. O índice de adesão aos encontros de educação em saúde foi de 64,1% (+25,4dp). A adesão dos homens foi de 100% e das mulheres 68,2%. A circunferência abdominal aumentada foi encontrada em 72,3% das mulheres e 66,6% dos homens. Não houve diferença estatisticamente significativa entre os valores medianos de idade, CA, IMC e percentual de adesão. Alguns idosos com o estado nutricional normal apresentaram risco cardiovascular aumentado. Há uma alta prevalência de idosos obesos e com risco cardiovascular aumentado. Evidencia-se a importância da utilização da medida da circunferência abdominal como indicador de risco de saúde cardiovascular em idosos, independente dos valores de índice de massa corporais. Cabe, no entanto, lembrar que mais estudos são necessários, pois a frequência nos encontros de saúde não representa uma melhora nos parâmetros antropométricos que mede o risco cardiovascular. O que nos faz pensar nas nossas práticas e o quanto ainda temos que avançar no processo do cuidado integral de saúde para uma melhora efetiva no quadro nutricional de indivíduos idosos.
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