TRAUMATISMO ALVÉOLO-DENTAL: UMA CONDUTA QUE REQUER CONHECIMENTO E ATENÇÃO

Vinicios Fochesato, Jaíne Pavanato da Silva, Júlia Valkimil Tavaniello, Magda de Souza Reis

Resumo


Este trabalho tem o objetivo de estabelecer e apresentar conceitos sobre traumatismo dental, além de apresentar condutas na abordagem de lesões causadas pelos traumas e discutir os aspectos das urgências odontológicas. O traumatismo facial resulta em dentes fraturados, deslocados ou perdidos. A maior incidência sobre a dentição decídua ocorre entre 2 e 3 anos de idade, quando a coordenação motora está em desenvolvimento. As lesões mais comuns na dentição permanente ocorrem após quedas, seguidas por acidentes de trânsito, violência e esportes. Os clínicos têm responsabilidade de reconhecer, diferenciar e abordar apropriadamente ou encaminhar crianças com lesões de traumatismo bucal agudo. Para determinar com eficiência a extensão da lesão nos dentes e diagnosticá-la corretamente, periodonto e estruturas associadas, é fundamental uma conduta sistemática, por meio de anamnese e exame clínico adequado. A avaliação inclui o histórico do caso, exame visual e radiográfico e testes adicionais tais como palpação, percussão e mobilidade. O plano de tratamento deve levar em consideração o estado de saúde do paciente e o estado de desenvolvimento, bem como a extensão das lesões. Depois que um dente decíduo tenha sido lesado, a estratégia de tratamento é direcionada para o cuidado de segurança da dentição permanente. Se determinado que o dente decíduo deslocado tenha afetado o germe do permanente, a remoção está indicada. Quando ocorre uma lesão na dentição decídua há possíveis complicações pulpares, formação de parúlide decorrente de fístula e alteração de cor da coroa. O deslocamento do dente decíduo pode resultar em várias complicações graves nos dentes permanentes, incluindo hipoplasia de esmalte, hipocalcificação, dilacerações de coroa/raiz ou distúrbios de irrupção. A evidência clínica e radiográfica de sucesso é caracterizada pela presença de um dente assintomático, com sensibilidade positiva ao teste pulpar, ausência de mobilidade, ausência de patologia periapical e onde a raiz continua a desenvolver-se nos dentes com rizogênese incompleta. O tratamento endodôntico está indicado quando da ocorrência de dor espontânea, resposta anormal de testes pulpares, desenvolvimento incompleto radicular ou rompimento do tecido de suporte perirradicular. Para estabilizar um dente após a lesão traumática, uma contensão pode ser necessária. A contenção flexível auxilia no processo de cicatrização periodontal. As fraturas estão entre as lesões que um trauma pode ocasionar situações simples como a perda parcial de esmalte até fraturas mais severas da parede óssea do alvéolo, envolvendo ou não o elemento dental. Além das fraturas, comumente os dentes e periodonto recebem um impacto do trauma gerando concussões, luxações ou avulsões dentárias. As respostas da polpa e ligamento periodontal em forma de sequelas pós-trauma variam de acordo com a intensidade da agressão. O tempo entre a ocorrência do traumatismo dentário e o atendimento conforme o fratura ou tipo de trauma é fundamental para minimizar danos sobre as estruturas remanescentes. O primeiro atendimento ao pa­ciente, a conduta correta frente ao trauma e a agilidade para encaminhar o caso ao especialista são de extrema importância para o prognóstico.


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