EFEITOS DA IMERSÃO EM ÁGUA AQUECIDA SOBRE A CAPACIDADE INSPIRATÓRIA: ESTUDO DE CASOS

Sergio Junior Zonta, Eduarda Schneider, Israel Matheus Paulus da Silva, João Guilherme dos Santos Fagundes, Bianca Luisa Morais, Joana de Lima Goes, Patricia Oliveira Roveda

Resumo


A diminuição da força de gravidade em razão do empuxo, os efeitos fisiológicos do calor da água, a adequação do tônus e a facilitação do movimento são benefícios encontrados no tratamento de imersão em piscina aquecida. O trabalho respiratório é aumentado em aproximadamente 60% com imersão até a coluna cervical, isso ocorre pelo deslocamento do sangue da periferia para as regiões centrais e em razão da ação compressiva da pressão hidrostática (PH) sobre a caixa torácica e membros inferiores. A PH trabalha como uma carga para contração do diafragma durante a inspiração, resultando em um exercício para essa musculatura, além de promover a elevação do diafragma e aumento da saída do ar durante a expiração, diminuindo assim o espaço morto. Devido ao fato do aparelho respiratório precisar trabalhar intensivamente, ocorre o fortalecimento dos músculos inspiratórios, e o processo da respiração pode ser melhorado. Este estudo apresenta os resultados da imersão e de exercícios hidroterapêuticos sobre a capacidade inspiratória máxima. Trata-se de um estudo observacional exploratório do tipo estudo de caso, cuja amostra foi composta por participantes do Projeto de Extensão Oficinas de Saúde na Hidroterapia 2017. Realizou-se duas coletas pré e pós-intervenção aquática de 45 minutos, em datas distintas nos meses de maio e julho de 2017, do volume inspiratório dos participantes através do incentivador a volume Voldyne (Hudson RCI) adulto. A amostra foi separada aleatoriamente por ordem de chegada no dia da primeira coleta em dois grupos: G1 (coletas em solo, com os indivíduos em sedestação) e G2 (coletas em imersão em água a 34°C em nível de processo xifoide com os indivíduos em ortostase). Ambos os grupos tiveram um tempo de descanso de 40 segundos entre as mensurações e realizou-se 3 inspirações máximas, sendo considerado o maior resultado. O G1 foi constituído por 5 sujeitos, totalizando 10 coletas; e G2 por 4 sujeitos, totalizando 8 coletas. A idade dos participantes do G1 variou de 62 a 90 anos (média 70,3) e do G2 a idade variou de 57 a 80 anos (média de 67,7). Não foi realizada análise estatística dos dados e sim análise comparativa entre os valores em ml pré e pós-sessão de hidroterapia. Não houve uniformidade entre os valores coletados entre a amostra, mas pode-se constatar que no G1 em cinco coletas o valor pós foi maior do que o pré, demonstrando aumento de volume inspiratório e incremento ou aumento de força da musculatura inspiratória. No G2 apenas em 2 coletas o valor pós foi maior, pois as coletas foram em imersão, sob efeito compressivo da PH sobre a caixa torácica dos participantes, o que gera maior resistência na inspiração e facilita a expiração. Chamou a atenção que o Suj. 1 de maior idade nas duas datas de coleta aumentou o volume pós. Nos casos de redução dos volumes pós (G1 = 4 coletas e G2 = 3 coletas), pode-se inferir a respeito da ocorrência de fadiga muscular inspiratória. Os valores do G1 foram maiores no pós-sessão na maioria das coletas, enquanto que no G2 somente em duas coletas os resultados aumentaram pós-sessão. Tais achados comprovam a influência da imersão sobre o sistema respiratório, seja na prevenção ou reabilitação, porém existe uma série de aspectos que podem interferir neste tipo de estudo, os quais não foram foco nesta experiência extensionista.

Apontamentos

  • Não há apontamentos.