PSICOTERAPIA SISTÊMICA E TRANSTORNO DE ANSIEDADE

Betina Fernanda Schmidt, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


O presente trabalho caracteriza-se como um estudo de caso, resultado da experiência de atendimento psicoterápico individual no Serviço Integrado de Saúde (SIS), da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), e refere-se a um artigo teórico analítico que foi construído a partir da disciplina de Estágio Integrado III do Curso de Psicologia. A análise apresentada foi elaborada com base nos encontros realizados semanalmente com um paciente que chegou encaminhado aos SIS pelo CAPS da sua cidade. Sua queixa principal é a ansiedade frente a atividades avaliativas da faculdade, seleção para vagas de emprego e situações novas. Filho de pais separados, tem um irmão dois anos mais novo que ele. Atualmente mora com sua mãe e possui vínculo muito forte com ela. É distante de sua família. Seus amigos são os colegas de faculdade, mas não se encontram em outros locais. Não costuma sair com ninguém. A família do paciente é considerada monoparental. Segundo Correia (2002), as famílias monoparentais são caracterizadas pela presença de um dos pais e seus filhos, este modelo de família se origina após um acontecimento como o falecimento de um cônjuge, uma separação, um divórcio, ou o abandono do lar por parte de um dos cônjuges. Seus sintomas ansiosos começaram no segundo semestre da faculdade, pois começou a se cobrar muito por não ter um emprego e uma “vida normal”. Só que esta vida normal é a que os outros gostariam que ele tivesse e não a de desejo dele. Possui traços do Transtorno de Ansiedade Social e isso o faz extremamente retraído com dificuldades para se comunicar até mesmo com os familiares. Quando sente que terá uma crise de ansiedade, evita sair de casa e procura dormir, pois dormindo ele evita tudo que lhe causa sofrimento. Mas, muitas vezes, se prende aos pensamentos e preocupações, causando insônia. Nardi (2000) nos traz que a ansiedade social é considerada uma sensação difusa e desagradável de apreensão que precede qualquer compromisso social novo ou desconhecido. De certa forma, todos os indivíduos possuem algum grau de ansiedade. Nichols e Schwartz (2007) trazem que uma família normal/saudável não é a ausência de problemas, mas sim uma estrutura funcional para lidar com eles. Esta estrutura refere-se ao padrão organizado em que os membros da família interagem. A interação entre os indivíduos, subsistemas e a família é demarcada por fronteiras interpessoais, barreiras invisíveis que regulam o contato com os outros. Neste sentido, o paciente sente que sua família é muito distante, e isto o deixa muito triste. O sistema familiar é o primeiro contato que a criança tem do mundo, e é por meio dele que é constituído. Com o passar dos anos, várias alterações surgiram, pois, conforme a sociedade muda, o sistema familiar também se altera. A terapia familiar sistêmica é importante nestes casos para a compreensão dos relacionamentos entre os membros de uma família, considera-se que essas relações familiares possuem fatores determinantes para a saúde psíquica do sujeito.

Palavras-chave: Transtorno de Ansiedade; Famílias Monoparentais; Sistema Familiar.


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