FILHAS DA CADEIA

Paula Cristina Turcatto, Stephanie Silva Severo, Hélio Afonso Etges

Resumo


Este resumo surge do projeto experimental em jornalismo como o intuito dar voz às mulheres encarceradas no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul através da criação de um livro-reportagem. Optamos por este formato por seu potencial e valor como produto jornalístico e disseminador de relatos em profundidade. Dessa forma, a narrativa jornalística que buscamos emprega recursos literários e preza pela humanização das personagens. Tivemos como objetivo dar voz às mulheres encarceradas no Presídio Regional de Santa Cruz do Sul através da criação de um livro-reportagem. Esta prisão é masculina, mas, dos 368 detentos (dados de abril de 2016), 26 são mulheres, que dividem duas celas cedidas pelo estado. Visamos trazer visibilidade à população prisional feminina santa-cruzense, revelando suas origens, histórias de vida e situações de vulnerabilidade social em que essas detentas se encontravam. Optamos pelo formato livro-reportagem por seu potencial e valor como produto jornalístico e disseminador de reportagens em profundidade. Pensamos que o nosso produto deva atingir, em primeira instância, a população santa-cruzense, devido ao seu teor local. Pesquisadores e interessados em questões de gênero, direito, jornalismo e saúde também serão atingidos. Em um primeiro momento, fizemos um levantamento de dados referentes ao sistema prisional brasileiro, nos debruçando sobre a população carcerária feminina. Após a pesquisa quantitativa ser feita, realizamos uma pesquisa bibliográfica. Lemos obras de cunho jornalístico que trabalhavam com entrevistas em profundidade, como uma forma de guiar nosso trabalho, baseado em entrevistas. Acreditando no dado valor jornalístico que este projeto experimental se insere, podemos dizer que a construção do livro Filhas da Cadeia possibilitou a experimentação do papel profissional que podemos exercer. Procuramos realizar um produto calcado nos princípios básicos e fundamentais do jornalismo, além de que apreciamos sua função social e cunho humanitário que a nossa profissão tem como suporte teórico e prático. Ademais, salientamos que a idealização deste produto se dá pela sensibilidade e curiosidade das acadêmicas em mostrar, a partir dos relatos colhidos das detentas, o valor jornalístico e literário que esta parte marginalizada e reclusa da sociedade possui. Ainda, com todo suporte, orientação e aplicabilidade, acreditamos que Filhas da Cadeia é um produto pronto para ser lançado no mercado editorial brasileiro. A narrativa amparada no jornalismo literário e humanizado faz deste livro-reportagem um exemplo de como trabalhar com afinco, ética e profissionalismo pode gerar resultados positivos. Por fim, consideramos que a execução do presente projeto experimental foi de grande valia para as autoras e servirá de exemplo para mostrar que o livro-reportagem ainda se mantém como um modelo de referência através do qual podemos apreciar o valor que entrevistas em profundidade podem gerar ao serem aplicadas. Além disso, o projeto teve, desde sua concepção, o objetivo abordar um lado marginalizado e pouco explorado nas páginas de publicações jornalísticas; o viés da trajetória de mulheres que compõem a população carcerária feminina.

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