Aproximadamente 8,9 milhões de pequenas e médias empresas estão espalhadas no país, sendo detentoras de 27% do PIB total, destacando-se no cenário econômico brasileiro (SEBRAE, 2014). Entretanto, a alta taxa de mortalidade dessas empresas antes dos três anos, salienta um mercado incerto e suscetível à mudanças rápidas e drásticas. Outro fator contribuinte para esse dado é a falta de um planejamento estratégico em empresas de pequeno porte e poder centralizado. Consoante a esses fatos, o objetivo geral deste trabalho é realizar uma análise organizacional de uma loja varejista, localizada no município de Tabaí-RS, especializada no comércio de produtos masculinos, femininos e infantis, com mais de dez anos de atuação. Adotou-se uma abordagem qualitativa por meio de um estudo de caso com um delineamento descritivo, que permite medir ou coletar informações de maneira independente ou conjunta sobre conceitos e variáveis, não indicando como estas se relacionam. A coleta de dados foi realizada em encontros periódicos compreendidos entre os meses de março a junho de 2016, com um questionário de perguntas abertas. Por se tratar de uma empresa pequena e familiar, não há departamentos formalizados, o planejamento estratégico é feito conforme os valores obtidos no mês e a missão, visão e valores da empresa são subentendidos. A tomada de decisão é totalmente centralizada e os números contabilizados mensalmente. Através da análise organizacional elaborada, utilizando-se da ferramenta matriz SWOT, possibilita-se a avaliação das forças, fraquezas, oportunidades e ameaças que englobam os ambientes interno e externo. O ambiente externo compreende as forças macro ambientais e micro ambientais que afetam positiva ou negativamente os lucros da empresa. Já a análise no ambiente interno (forças e fraquezas) possibilita perceber as oportunidades e usá-las como estratégias. Na empresa, foram elencados como forças: localização, descontos e clientes fidelizados; como fraquezas: ausência de metas de vendas, planejamento estratégico informal e falta de um sistema de gestão; como oportunidades: crescimento do segmento de moda no Brasil e vendas online; e como ameaças: desemprego, concorrentes, inflação e aumento das vendas online. Os resultados obtidos com este diagnóstico mostram com clareza quais os pontos positivos e oportunidades de melhorias da loja. Embora esteja no mercado há dez anos, é necessário que a empresa acompanhe as mudanças que ocorrem diariamente, já que se trata de um mercado tão sazonal. As melhorias sugeridas foram implantação de um programa de gestão, vendas online, pontos de vendas no município, incluir a moda Plus Size e aumentar o investimento em moda masculina. Estes apontamentos foram encaminhados para a gestora, que possui certa resistência às mudanças, embora a loja tenha potencial e recurso para aceitá-las. Observa-se que o grande desafio da pequena empresa familiar no atual cenário econômico é permanecer no mercado e ampliar sua receita. Para isso, é necessário promover uma análise constante das atividades da empresa, viabilizando a construção de planejamento estratégico estruturado e viável.