A PESQUISA COMO PRINCÍPIO PEDAGÓGICO NA EDUCAÇÃO INFANTIL: A INTERPRETAÇÃO DE IMAGENS COMO PARTE DO PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM

Ingrid Oliveira da Costa, Júlia Grasiela Thiesen, Joseline Tatiana Both, Marcus Eduardo Maciel Ribeiro

Resumo


A pesquisa como princípio pedagógico na educação infantil tem se mostrado um grande desafio considerando-se as questões que envolvem a formação de professores e também a natural acomodação na qual se encontram esses professores, utilizando os mesmos métodos de ensino durante anos, com aulas tradicionais de cunho transmissivo. Com isso, reflete-se sobre a importância da pesquisa em sala de aula e o papel dos professores frente a esse processo. Nesse contexto, desenvolveu-se um projeto de pesquisa em uma escola municipal de educação infantil do município de Mato Leitão - RS, com 21 crianças entre 5 e 6 anos.  Entre os instrumentos utilizados para a coleta de dados, levou-se para sala de aula o questionamento sobre como as ondas se formam na água, investigando-se o que esses estudantes e seus pais sabiam sobre o tema. Buscou-se verificar as ideias prévias dos estudantes, instigando-os e motivando-os para que pesquisassem em casa e em sala de aula. No decorrer do trabalho foram disponibilizados materiais para que os estudantes pudessem organizar suas concepções e compreender este fenômeno natural. Ainda, conseguiu-se reunir e levar diversas referências sobre um mesmo assunto, para que os estudantes pudessem perceber esta prática e adotá-la permitindo, assim, que eles construam seu próprio conceito. Durante análise deste reconhecimento de campo e dos conhecimentos prévios dos estudantes e das famílias, foram propostos aos estudantes diversos métodos de representações de onda por meio de desenhos com materiais diversificados. Moldaram-se em argila alguns modelos de ondas e também se realizou uma prática para contribuir no processo de aprendizagem, permitindo que os estudantes assimilassem o que havia sido trabalhado anteriormente. Ao final desta vivência e das coletas de dados, percebeu-se a utilidade e a importância das representações e das análises de imagens. Não basta construir desenhos de diversas formas se não houver uma análise detalhada, um olhar sensível do professor, tentando chegar o mais próximo do pensamento e do olhar daquele estudante ao representar o seu conhecimento. Durante a realização da pesquisa “Como as ondas se formam”, observou-se a potência da pesquisa como princípio pedagógico no processo de ensino-aprendizagem na educação infantil. Utilizaram-se representações artísticas, dando-lhes oportunidade de expor o que estavam aprendendo. A interpretação dessas imagens facilitou muito esse processo. Neste contexto, pode-se relatar que a mudança desses estudantes deu-se no decorrer do processo, pois, durante as descobertas, elas foram criando relações e ligações com o que já sabiam. Pode-se concluir que a criança é uma facilitadora deste processo devido a sua curiosidade, mas para que isso ocorra, o educador precisa ser a fonte de estímulos, criando ações que despertem a busca pelo saber e a curiosidade que muitas vezes fica adormecida pelo ensino mecânico e pelos métodos de ensino tradicionais. Destacou-se também a importância de apresentar-lhes mais de uma opção de fonte de informação sobre o conteúdo, para confrontar e criar a oportunidade de uma autoria de pensamento e conceito. Os estudantes conseguiram relacionar conceitos já estabelecidos e (re)criar novos conceitos, construído por eles, mediados e estimulados pelo educador. 


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