A FAMÍLIA E SEUS LIMITES

Bruna Luiza Schroeder, Suellen Ramos, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


INTRODUÇÃO: A família, compreendida genericamente como o primeiro grupo de interação social de uma pessoa, não é uma expressão que pode ser conceituada, mas descrita, ou seja, é a partir da descrição das diferentes estruturas, modalidades e tipos que se torna possível conhecer o que é uma família, uma vez que não há um elemento entre as variáveis ambientais, sociais, econômicas, culturais e políticas, que seja comum na forma de se apresentar esse agrupamento humano (OSORIO, 2013). Neste trabalho, apresentaremos a família K., que frequenta o serviço de terapia familiar no Serviço Integrado de Saúde, da Universidade de Santa Cruz do Sul. Os atendimentos são quinzenais, com duração de uma hora. OBJETIVO: O objetivo é o de apresentar o processo terapêutico e o funcionamento da família mencionada, visando fazer um apanhado de sua evolução e analisar formas de continuidade da terapia. METODOLOGIA: A metodologia utilizada é a de estudo de caso, descrevendo as informações coletadas e as impressões durante as sessões realizadas no decorrer do primeiro semestre de 2017. O trabalho será guiado a partir de olhar sistêmico. PRINCIPAIS RESULTADOS: A família K. veio encaminhada do ano anterior, no  qual havia realizado poucos atendimentos. Os componentes são: pai, K1 (42 anos), mãe, K2, (33 anos), filho, K3, (13 anos), e filha, K4, (10 anos). A busca por atendimento no ano anterior foi por problemas da mãe. Nesse ano os pais evidenciaram que os filhos não estavam se comportando, denunciando sua dificuldade de impor limites aos filhos, principalmente a mãe, que se apresenta de forma infantilizada, colocando-se lado a lado com eles. Há uma competição entre K1 e K2 quanto à obediência dos filhos, parecendo ficarem satisfeitos quando o parceiro não consegue lidar com os mesmos. K2 e K3 dizem brincar e reclamam constantemente da mãe, que é agressiva. K4 e K1 possuem uma relação muito próxima, da qual K2 transparece o ciúme. K3 é constantemente acusado pelos outros membros por seus comportamentos, vai mal na escola e tem acessos de “teimosia” (sic). K1 e K2 também demonstram ter problemas com a família de origem, aspecto com o qual concordam. CONCLUSÕES: O mau comportamento dos filhos pode ter a função de ocultar a dificuldade do casal em exercer seus papéis, tanto de pai e mãe, quanto de marido e esposa. Muitos dos conflitos presentes na família derivam de descompassos do relacionamento conjugal, que refletem na criação dos filhos, principalmente no estabelecimento de limites. Além disso, valores individuais do subsistema parental mostram-se incongruentes com suas ideações, o que pode ser percebido pela postura dos pais, que cobram maturidade dos filhos enquanto adotam uma conduta superprotetora, que retarda o amadurecimento e dependência deles. Quanto às hipóteses diagnósticas, pode-se pensar na possibilidade de dificuldade de diferenciação de self, papéis pouco claros, triangulação, fronteiras difusas (emaranhadas) entre K1 e K4 e certo distanciamento e afetivo de K2 com o restante da família.

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