Em 2011, completavam-se 50 anos de um fato histórico que mudou o rumo da história da política brasileira. A Campanha da Legalidade tratou-se de um movimento sociopolítico liderado por Leonel Brizola, então governador do Estado do Rio Grande do Sul, que foi fundamental para a posse do então vice-presidente João Goulart depois da renúncia do presidente Jânio Quadros. Com o veto dos ministros militares acerca da posse de João Goulart, o país enfrentou uma grave crise política. A centralidade da campanha liderada por Leonel Brizola é indiscutível. Neste momento, parte considerável da população do estado rio-grandense foi importantíssima para que o veto dos ministros não acarretasse o impedimento da posse de João Goulart. Este movimento marcou profundamente a memória política do Rio grande do Sul, é possível evidenciar esse fato no projeto de lei que foi proposto, mudando o nome da avenida Castelo Branco – uma das principais vias de acesso à cidade de Porto Alegre – para o nome de Avenida da Legalidade. O argumento utilizado para que esse projeto fosse aceito foi que a troca do nome da avenida seria uma forma de homenagear “as gaúchas e os gaúchos” que participaram da Campanha da Legalidade entre os meses de agosto e setembro de 1961. Este trabalho tem como objetivo a análise da Campanha da Legalidade, evidenciando sua importância, através das páginas da Gazeta do Sul, o papel deste será analisado como a de um ator político, problematizando o posicionamento do jornal a partir de suas publicações ou da sua ausência.  Esse jornal encontra-se disponível para acesso e pesquisa no Centro de Documentação da Universidade de Santa Cruz do Sul (CEDOC-UNISC).  A metodologia utilizada desde a captação das fontes até a interpretação delas foi a da “Análise de conteúdo” proposta pela autora Laurence Bardin. Primeiramente, para a escolha das fontes, foi realizada uma leitura flutuante; após a sua escolha e captação as fontes foram categorizadas. Nesta etapa da categorização, as fontes foram divididas em Nacional, Estadual, Local e Editoriais. Como este trabalho trata-se da análise da Campanha da Legalidade através das páginas do jornal Gazeta do Sul, podemos evidenciar que ele sofre influências do PSD e tenta disputar o “pódio” da resistência com Brizola. Assim como o governador do Rio Grande de Sul, e neste momento a maior parte das lideranças rio-grandenses (inclusive o III exército) a Gazeta do Sul não apoia os chefes militares e apoia o cumprimento da Constituição. Também podemos evidenciar que a Gazeta se posiciona contra as reformas de base, mais especificamente, a reforma agrária.