RELATO DE EXPERIÊNCIA: GRUPO REFLEXIVO “A VOZ DO PROFESSOR”

Carolina Griesang, Fabiane Zardo Brettas, Patrícia de Souza Fagundes, Daniela Fischer, Marcus Vinicius Castro Witczak

Resumo


O trabalho tem grande importância em nossa vida e é fator constituinte da nossa subjetividade. Ele pode ser fonte de prazer e também de adoecimento quando não conseguimos criar recursos para ressignificar o sofrimento decorrente da atividade laboral. O trabalho docente tem passado por muitas transformações no decorrer dos anos, o que também possui impacto sobre a saúde do trabalhador. Essa categoria profissional possui grande responsabilidade na execução de suas tarefas, pois influencia significativamente a vida dos educandos. Cabe destacar que o trabalho do educador é um aspecto central para as relações sociais, gerando significados e contribuindo para a construção da subjetividade do professor. Dessa forma, os sujeitos atribuem significados à atividade laboral que desempenham e as ressignificam constantemente. No Estágio Integrado em Psicologia I e II realizado no Centro Regional de Referência em Saúde do Trabalhador da Região dos Vales (CEREST/Vales), a partir das vivências da estagiária como educadora e da demanda ao Serviço para desenvolver atividades de cuidados relacionados à voz dos professores, surgiu o interesse em realizar um grupo reflexivo com essa categoria profissional. Os principais fatores que afetam a saúde dos docentes são relacionados à saúde mental, à voz e à postura. Nesse sentido, o desenvolvimento desse grupo integrou as áreas da Fisioterapia, Fonoaudiologia e Psicologia. Este grupo teve por objetivo realizar reflexões acerca do trabalho em relação à saúde, prazer, sofrimento, constituição da subjetividade no contexto do professor da educação básica, o fortalecimento da categoria e da saúde do trabalhador. No total, foram onze encontros semanais, nos quais eram proporcionados momentos de reflexão, de cuidados com a voz e com a postura. Os grupos de reflexão visam desenvolver espaços em que aspectos relacionados às dificuldades encontradas nos processos de trabalho ou de ensino-aprendizagem possam ser abordados. Esse modelo valoriza a comunicação grupal e recomenda que o coordenador faça intervenções voltadas ao grupo, em suas dificuldades e ansiedades, e não aos indivíduos. Foi uma experiência significativa para as professoras que participaram e para as facilitadoras. Nesse espaço, puderam se sentir escutadas, acolhidas, além de refletir sobre sua vida profissional, sua identidade. Além das importantes reflexões, compartilhamos vivências e trocamos ideias sobre os fazeres dos professores. Promover esse espaço para que as professoras pudessem dar voz ao que sentem e pensam em relação ao trabalho foi muito importante.

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