O presente trabalho foi realizado a partir da proposta da disciplina de Pesquisa Aplicada a Psicologia II no segundo semestre de 2016, na Universidade de Santa Cruz do Sul – UNISC. Essa pesquisa teve como objetivo tratar dos discursos produzidos pelo Jornal Zero Hora, sobre os diversos tipos de violência contra a mulher, que vem repercutindo diariamente em nosso cotidiano. Optamos por uma análise de mídia, para isto escolhemos o referido jornal, pois, é de circulação diária no estado do Rio Grande do Sul. Para descrever tais discursos, utilizamos as edições diárias do mês de agosto/2016, buscando as reportagens nas seções do informe especial, opinião do leitor, notícias, sua vida e literatura. Como critério de coleta de dados selecionamos as notícias que se referiam à violência contra a mulher, em que a vítima era do sexo feminino e o agressor do sexo masculino. Dentro disso, fez-se importante conhecer alguns aspectos históricos do movimento feminista, o qual viabilizou direitos às mulheres, dentre eles, o direito ao voto, à vida privada e pública. Outro assunto necessário para a discussão foram as formas de manifestações da violência contra mulher, pois, não é apenas a agressão física que faz parte da violência, existem diversas outras agressões, que é um fenômeno antigo e está presente nas relações familiares. A partir disso, identificamos os discursos veiculados pelo jornal, neste período a que a pesquisa se dedicou, a respeito da violência contra a mulher em suas reportagens, utilizamos o método de pesquisa qualitativa e descritiva, uma vez que se preocupa com aspectos da realidade que não podem ser quantificados. No período entre 01 e 31 de agosto de 2016 encontramos nas seções citadas acima, vinte reportagens que relatavam casos de violência contra mulher, no entanto, utilizamos aquelas que realmente contribuíram com o objetivo do nosso trabalho, totalizando onze reportagens. Optamos por organizar tal análise a partir de quatro marcadores que nos viabilizaram a descrição e análise de trechos das reportagens, relacionando-as a aspectos teóricos pertinentes ao tema da pesquisa, a saber: A invisibilidade da violência contra a mulher; Quem trabalha mais, o homem ou a mulher? Quando a violência está dentro do próprio lar; A violência e a (in)segurança. A elaboração desta pesquisa nos aproximou da realidade da violência contra a mulher e nos fez perceber que a mesma acaba sendo o maior alvo dos agressores, por ser uma vítima mais fácil, frágil e sem tanta resistência. Compreende-se que a mídia descreve o acontecimento, não enfatizando muito em comentários ou na criação de hipóteses. As reportagens são do tipo mais informativas, narrando os fatos ocorridos, sem discussão ou, até mesmo, sem um alerta para este tema.

Palavras-Chave: violência; mulher; discursos; Zero Hora; marcadores.