ANÁLISE INSTITUCIONAL DO SERVIÇO DE RECONHECIMENTO A PATERNIDADE - SIS

Elisabete Frigeri Domingo, Thais Coletto, Karla Gomes Nunes

Resumo


O presente trabalho é resultado da disciplina de Estágio Básico II – Processos Institucionais do curso de Psicologia da UNISC, cuja proposta foi a realização de uma Análise Institucional sobre um serviço de Reconhecimento de Paternidade, realizado pelo Serviço Integrado de Saúde – SIS.  A escolha surgiu com o intuito de pesquisar e entender como está estruturado este atendimento, quais são as relações estabelecidas, quais as práticas utilizadas para realizar o exame e como se sentem os indivíduos participantes neste processo que é jurídico, mas que envolve diversos aspectos emocionais e psicológicos. A proposta foi estruturada em dez visitas, que nos proporcionaram entender que o processo de Reconhecimento de Paternidade resulta em diversos conflitos, verbalizações moralistas, questões de gênero e desconfortos. Ao realizarmos a Análise Institucional, entendemos que contribuímos com a melhoria no acolhimento e atendimento das pessoas envolvidas com o serviço de coleta de DNA, pois a Análise Institucional nos faz repensar nossos processos institucionalizados e favorece o entendimento dos integrantes do serviço, do emaranhado de relações, sentimentos e angústias experienciados em cada atendimento. Segundo Pereira (2007) “A Análise Institucional é um procedimento coletivo, que visa realizar análise dos integrantes de uma organização, as relações, as estruturas, as atitudes, as convenções e as práticas habituais. Para compreendermos a dinâmica e elucidar o que estava instituído, detemos nosso olhar a partir dos analisadores. Mas o que seria estes analisadores? Seriam dispositivos utilizados para analisar e compreender o funcionamento da instituição, mas também para provocar mudanças, ao trazer perspectivas diferentes, tornando claros os conteúdos “não ditos”, mas presentes. Esses analisadores são dispositivos inventados pelo analista institucional, cujo objetivo é o de explicitar os conflitos e sua resolução, ou dispositivos naturais, que já estão na instituição. Para a realização deste trabalho, foi construído um diário de campo, o qual configura o nosso principal dispositivo de registro e análise. Além desse analisador que construímos, observamos a presença de alguns outros analisadores naturais como: o protocolo, a sexualidade, a burocracia e as práticas do estabelecimento. Ao fazermos todo o processo de análise, percebemos em muitos momentos que as inquietações que tivemos, dúvidas e até alguns sentimentos de profunda instigação nos provocaram um crescimento acadêmico enorme, pois aprendemos a olhar este processo de coleta de DNA, não apenas como algo burocrático, mas como algo que pode passar por uma autoanálise e autogestão. No desenvolvimento do trabalho, tivemos algumas resistências, mas foram importantes para percebermos como é difícil transformarmos ou repensarmos coisas que estão instituídas e que geram os processos e as dinâmicas da instituição. Durante os meses de análise, podemos notar que todos os envolvidos estavam querendo fazer com que uma pequena atitude, como a de humanizar este processo de coleta de material para o DNA, fizesse a diferença no futuro dos indivíduos. Além disso, percebemos que há uma preocupação da instituição em prol de um conforto e bem-estar das pessoas que passam por ali.


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