PSICOTERAPIA DE CASAL - ABORDAGEM SISTÊMICA

Suéllen Ramos, Fabiane Schutz, Dulce Grasel Zacharias

Resumo


Este trabalho consiste em uma prática desenvolvida ao longo do Estágio Integrado em Psicologia I, realizado no Serviço Integrado de Saúde (SIS) da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC). Possui como enfoque o estudo de um caso de atendimento de um casal, cujo entendimento dinâmico foi desenvolvido a partir de seus sistemas e estruturas familiares, vínculos e história de vida, com base nos conceitos teóricos da abordagem sistêmica que pressupõe que as relações e interações familiares são muito significativas para compreensão e condução da psicoterapia. Além disso, por meio da interlocução do caso com a teoria, em terapia de casal, faz-se necessário compreender questões alusivas à terapia familiar. Para tanto, utilizamos pressupostos dos autores Salvador Minuchin e Michael Nichols entre outros, cujo entendimento consiste no de que a família é uma unidade social que enfrenta uma série de tarefas de desenvolvimento e estas diferem com parâmetros e diferenças culturais, mas possuem raízes universais e a terapia, ao reconhecer a família em seu contexto, virá a oferecer formas de compreender a organização familiar e, desse modo, irão ser observadas, questões que vão além das personalidades individuais, possibilitando perceber os padrões familiares, modos de  organização de vidas que estão interconectadas por regras já definidas de forma não verbal. Isso não é diferente do que se refere a terapia de casal. Nesse sentido, é importante ter clara a ideia de que a terapia visa viabilizar o bem-estar familiar e o compromisso terapêutico vem de encontro com a promoção de saúde emocional tanto de seus membros, quanto do casal e não com a conservação ou ruptura do casamento. Isso ficou claro durante os atendimentos do casal D. Inicialmente, foi a esposa que procurou o serviço alegando dificuldades de convivência com o marido. Ele foi resistente desde o início, porém com o decorrer das sessões, a resistência diminuiu. As queixas dele eram em relação ao controle excessivo por parte dela sobre ele; e dela, a falta de interesse dele por ela. Ao todo, eles compareceram juntos em quatro sessões, pois ele desistiu do tratamento, alegando não se sentir confortável para falar de questões pessoais. Nas sessões surgiram assuntos relacionados às famílias de origem, questões culturais, questões relacionadas ao alcoolismo e infidelidade e ele não estava disposto a trabalhar isso. Ela seguiu em terapia individual. Foi possível concluir que muitas conflitivas deste casal se davam em função de ambos pensarem e agirem de forma individualista, ou seja, contraditória aos princípios da proposta de casamento, da conjugalidade que é: intimidade, sexualidade e companheirismo. Apesar das poucas sessões, é possível verificar que o processo terapêutico provoca mudanças importantes nas relações interpessoais, no entanto, é preciso que as pessoas estejam abertas para essas mudanças e também é necessário que seja desejo de ambos, para que o tratamento seja de fato efetivo, principalmente se tratando da abordagem sistêmica, falando-se em terapia de casal e de família.

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