DETERMINAÇÃO DE CALOR ESPECÍFICO, RELATO DE UMA ATIVIDADE EXPERIMENTAL UTILIZANDO ROTEIRO TRADICIONAL NO ENSINO MÉDIO.

Victoria Vidal Preussler, Cláudia Mendes Mählmann

Resumo


Geralmente professores de física compartilham da opinião de que as atividades experimentais são de extrema importância para o ensino e há diversos argumentos para que ocorra a experimentação durante todo o processo de ensino aprendizagem. Quando utiliza-se desse recurso nas aulas, até então, somente expositivas, onde os conteúdos são abordados de forma abstrata e teórica, há uma participação maior dos alunos com o objeto de estudo, possibilitando a exploração de hipóteses, assim redescobrindo e comprovando conceitos por meio da experiência e solucionando problemas. Porém, ao vivenciar o cotidiano dentro da sala de aula, é possível perceber que estas atividades são pouco exploradas devido a diversos fatores, sendo os mais comuns a falta de infraestrutura, falta de material e tempo insuficiente para o planejamento. Uma das frequentes soluções é restringir os roteiros experimentais aos baseados no laboratório de observação, onde o estudante apenas assiste a demonstrações realizadas pelo professor. Tentando fugir das aulas experimentais de observação, durante o ano de 2017, no segundo ano do ensino médio, de uma escola da rede pública atendida pelo subprojeto de Física do Programa de Iniciação à Docência - PIBID/UNISC, foi realizada uma atividade experimental com roteiro tradicional, que é caracterizado pela utilização de roteiros fechados e estruturados com os procedimentos divididos em etapas curtas que servem de guia para a realização da atividade, onde os estudantes participam ativamente e desenvolvem a atividade em grupo. O objetivo dessa atividade foi oportunizar aos alunos um momento de real interação com o objeto de estudo, onde foi possível realizar medidas, detectar erros procedimentais, identificar as variáveis que afetam o desempenho da atividade e coletar dados necessários para efetuar cálculos. Após a introdução teórica, os alunos foram orientados a seguir as instruções passadas pelo roteiro e preencher uma tabela com os dados obtidos durante o experimento. Durante a realização desse, os alunos ficaram sob a observação da professora titular e da bolsista responsável pela atividade. A atividade desenvolvida consistiu na obtenção do calor especifico do óleo de soja, utilizando um método comparativo, onde é analisado o comportamento térmico do óleo e da água, ambos submetidos a mesma fonte de calor pelo mesmo intervalo de tempo, como foi utilizada a mesma massa de água e óleo e, conhecendo o calor específico da água, os alunos obtiveram o calor específico do óleo, considerando a variação de temperatura dos líquidos. A atividade foi concluída com a entrega de um relatório da atividade por grupo. Os relatórios e cálculos foram analisados e discutidos em sala de aula, onde os resultados para o calor específico encontrados foram comparados entre os grupos. Os resultados obtidos com o experimento foram satisfatórios e bem próximos, os alunos demonstraram grande envolvimento e engajamento com a atividade, sendo que o feedback dos alunos foi muito positivo, um dos comentários mais comuns foi de que a atividade foi motivadora, pois eles sentiram-se como cientistas em um laboratório. As atividades experimentais devem ser vastamente exploradas, cada tipo de roteiro possibilita diferentes tipos de abordagens e objetivos distintos, sendo um recurso para evitar as aulas mecanicista em que o aluno é apenas um receptor e não um agente no processo. 


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