PROGRAMA INSTITUCIONAL DE INICIAÇÃO À DOCÊNCIA E EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS: DESAFIOS PARA A EFETIVAÇÃO DE PRÁTICAS EDUCATIVAS NO ENSINO DE FÍSICA.

Isaque Nilson da Silva, Cheron Zanini Moretti, Cláudia Mendes Mählmann

Resumo


Neste trabalho, são apresentadas algumas reflexões a partir das experiências vivenciadas na atuação como bolsista do Subprojeto Física, do Programa Institucional de Iniciação à Docência, PIBID, junto aos estudantes das turmas do Ensino Médio, na modalidade de ensino Educação de Jovens e Adultos (EJA), da E. E. E. M. Santa Cruz, durante o primeiro semestre de 2017. Colaborando com turmas das etapas 2 e 3, equivalentes ao segundo e terceiro ano do Ensino Médio regular, respectivamente, as atividades de monitoria foram guiadas a partir da contextualização histórica, social e avaliativa presentes nos textos de alguns autores. Ao criar uma interlocução entre esses autores, pode-se compreender que a formação geral de jovens e adultos é parte de um complexo processo histórico de práticas formais e não formais. A construção de conhecimentos básicos, profissionais ou socioculturais, são desenvolvidos em sua maioria em ambientes não escolares, de maneira plural e estendida a quase todos os âmbitos da vida social e, partindo desse pressuposto, é possível observar que a formação de jovens e adultos no processo de escolarização possui alguns desafios para a efetivação de práticas educativas que contemplem as diversas necessidades dos estudantes, que encontram-se já inseridos na vida produtiva, exercem sua cidadania, desenvolvem aprendizagem autônoma, e que possuem expectativas distintas daqueles que estão em turmas de educação regular. Essas expectativas vão desde o reconhecimento e validação do conhecimento adquirido nas diversas trajetórias formativas, vivenciadas pelo estudante, até a obtenção de resultados imediatos, oriundos do processo de aprendizagem, tais como alfabetização funcional, engajamento em práticas de leitura e escrita, interpretação e resolução de problemas, melhora da autoconfiança e empregabilidade. Ciente dessas diversas realidades compartilhadas em sala de aula, as atividades pedagógicas semanais foram realizadas de maneira colaborativa, com uma abordagem que valorizou e reconheceu os diversos conhecimentos trazidos pelos estudantes, buscando horizontalizar a relação educador-educando e desmistificar o conhecimento científico. Assim, quando o conhecimento prévio foi validado, com a intenção de incluir o indivíduo no processo de aprendizagem escolar, tornou-se possível adentrar o universo dos discentes e trazê-los para as práticas educacionais propostas. Exercendo diálogos, analogias, reflexões, exposições, diagramas, práticas matemáticas e laboratoriais criou-se um ambiente propício para o aluno desenvolver sua curiosidade e produzir novo conhecimento. Entendeu-se que através do respeito pela compreensão individual e coletiva, em que a troca de conhecimento sustenta a emancipação do indivíduo, cada estudante se tornou também protagonista no processo de aprendizagem. Dessa maneira, contando com a colaboração e o incentivo da professora titular, a monitoria em sala de aula proporcionada pelo PIBID apresentou um novo campo de compreensões e possibilidades docentes, oportunizando o aprendizado mútuo, de maneira horizontal com respeito às individualidades sociais, culturais e cognitivas, visando a promoção e engajamento nos aprendizados da área de Ciências Naturais, em particular no ensino de Física. A docência colaborativa supera os desafios existentes e estimula a investigação de novos.

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