Os freios orais são pregas de membrana mucosa constituídas por tecido conjuntivo fibroso e/ou muscular que conectam os lábios e as bochechas à mucosa alveolar, à gengiva, e ao periósseo subjacente. Os freios orais são considerados estruturas anatômicas que podem apresentar variações no que diz respeito à sua forma, composição e inserção. Existem tipos de freios labiais e linguais, podendo ser superiores e os inferiores. Ambos têm características idênticas, sua estrutura é dinâmica e modificável, estando sujeita a mudanças de forma, tamanho e posição ao longo das diferentes fases de crescimento e desenvolvimento. As inserções anormais do freio provocam uma tração anormal dos movimentos, podendo causar alterações nos dentes, tecidos periodontais, aspecto estético desfavorável, afetar a fonação de algumas letras e a induzir a hábitos. As complicações clínicas associadas à anomalia dos freios são fundamentalmente de natureza ortodôntica, protética, periodontal e fonética. A frenectomia é uma boa resolução cirúrgica para os problemas do freio, tanto lingual quanto labial. Esta técnica cirúrgica pode ser efetuada por eletrocautério, técnicas convencionais e a laser, apresentando diferença na sua técnica de execução, na cicatrização e no pós-operatório. Este trabalho é um relato de caso clínico, realizado na clínica de odontologia da UNISC, em um paciente do sexo feminino, 7 anos de idade, tem o objetivo de desmistificar a técnica da frenectomia para alunos da graduação em odontologia, apresentando o caso em todas as etapas, sendo que a intervenção cirúrgica proposta, foi desenvolvida com o propósito de evitar as cicatrizes inestéticas e facilitar o processo de cicatrização. O paciente foi examinado e apresentava freio labial localizado na parte mediana da mucosa interior do lábio, aparentava um cordão fibroso, e percorria em direção dos incisivos decíduos laterais, entre os dentes 81 e 82, desviando da linha média causando diastemas entre os dentes. O procedimento cirúrgico foi realizado durante a disciplina de odontopediatria, na clínica de odontologia da UNISC e contou com a supervisão dos professores de cirurgia. Para realização de todo o procedimento cirúrgico foi realizado o protocolo pré-operatório, conforme norma do Curso de Odontologia da UNISC, após a preparação do paciente, assepsia, anestesia local e remoção do freio labial com o uso do eletrocautério. O responsável pela paciente recebeu instruções de cuidados pós-operatórios e prescrição de medicamentos para dor. Na sequência foi realizado o acompanhamento pós-operatório da cicatrização dos tecidos. O paciente já na primeira semana apresentou a cicatrização completa dos tecidos envolvidos. Os procedimentos cirúrgicos da frenectomia com o uso de eletrocautério, quando bem indicados e conduzidos, possibilitam um procedimento conservador e seguro para o paciente. O aprendizado de experiências deste porte na graduação, permite que o estudante vivencie diferentes técnicas relatadas na literatura.