REMOÇÃO DE LESÃO PERIAPICAL, APICECTOMIA E RETRO-OBTURAÇÃO COM MTA

Athos Rogerio Schulze, Magda de Sousa Reis

Resumo


A lesão apical caracteriza-se pela desordem inflamatória dos tecidos periapicais, causada por agentes etiológicos de origem endodôntica devido à necrose pulpar, promove a reabsorção do osso periapical determinando uma imagem radiográfica radiolucente. O traumatismo dental pode apresentar como sequela a necrose pulpar, devido à inibição do suprimento vascular e nervoso para a polpa e pela invasão bacteriana que pode resultar em infecção e processo inflamatório local. As lesões apicais podem ser crônicas ou podem sofrer reagudecimento. As mais comuns são o granuloma, abscesso e cisto periapical. Este trabalho é um estudo de caso, realizado na clínica de Odontologia da UNISC, em um paciente do sexo masculino, leucoderma, 45 anos, com histórico de traumatismo dentário ocorrido há dez anos. Tem o objetivo de apresentar o resultado da remoção de uma lesão apical reagudecida, através da apicectomia, preparo do canal para a retro-obturação e o vedamento apical com o MTA. Na sequência será realizado o acompanhamento do reparo da lesão apical através de exames clínicos e radiográficos. O paciente foi examinado e apresentou na mucosa da maxila superior direita, região dos incisivos, sensibilidade, edema, fístula recorrente, coloração alterada. A definição do tratamento baseou-se nas informações clínicas e radiográficas (panorâmica e periapicais). Havia presença de tratamento endodôntico (dentes 11 e 12) e extensa lesão compatível com a imagem de um cisto apical contornando as raízes destes dentes. Durante a anamnese o paciente relatou que após o trauma foi necessário realizar tratamento endodôntico no dente 12 e, posteriormente, uma prótese fixa com retentor intrarradicular e o dente 11 necessitou intervenção endodôntica mais recente, pois foi apontado como o causador da lesão apical. Comumente a reintervenção endodôntica no dente 12 seria a primeira alternativa de tratamento. Considerando que a prótese fixa apresentava boa adaptação, função e estética, e diante do risco da fratura da raiz durante a remoção do núcleo, a conduta clínica indicada foi remover cirurgicamente a lesão apical com apicectomia e obturação retrógrada utilizando Agregado Trióxido de Mineral (MTA) nos dentes 11 e 12. Durante o procedimento cirúrgico o material da curetagem apical foi armazenado e encaminhado para o exame histopatológico e o diagnóstico definitivo foi Granuloma abscedado em que as células dominantes foram os macrófagos, plasmócitos e linfócitos. O paciente já nas primeiras semanas apresentou o desaparecimento do edema, da sensibilidade e cicatrização dos tecidos moles envolvidos. O acompanhamento da cicatrização do tecido ósseo será conduzido na clínica de Odontologia da UNISC, através de tomadas radiográficas periódicas. O sucesso do tratamento se dará pela observação da neoformação óssea na área da lesão apical e clinicamente pela ausência de sinais e sintomas. Os procedimentos cirúrgicos desta natureza quando bem indicados e conduzidos, possibilitam uma abordagem mais conservadora e segura para o paciente. O aprendizado de experiências deste porte na graduação permite que os estudante vivencie diferentes técnicas relatadas na literatura.


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