O período escolar é marcado por alterações no desenvolvimento da criança e adolescente, bem como na construção de comportamentos. Esses hábitos poderão refletir no estado nutricional, sendo observado níveis crescentes de excesso de peso nesta população. Outro elemento a ser avaliado é o padrão respiratório, pois está associado a disfunções pulmonares. O ambiente escolar é propício para intervenção, sendo a fisioterapia preventiva uma abordagem eficiente para identificar alterações e precaver possíveis complicações secundárias. Dessa forma, o objetivo foi avaliar o estado nutricional e o padrão respiratório de escolares do ensino fundamental de uma escola do interior do Sul do Brasil. Estudo transversal, desenvolvido como atividade na disciplina de Prevenção em Saúde I, no curso de Fisioterapia da Universidade de Santa Cruz do Sul, no segundo semestre de 2017. Foram avaliados escolares do 6º ao 8º ano de uma escola particular da zona norte de Santa Cruz do Sul. Para avaliação do estado nutricional, foram mensurados a massa corporal, estatura e circunferência da cintura (CC). Para aferição da massa corporal foi utilizada uma balança digital previamente calibrada. Os participantes foram instruídos a usarem roupas leves, retirarem os calçados ao subirem na balança e permanecerem eretos até estabilização do valor aferido. Para mensuração da estatura foi utilizado uma fita métrica afixada na parede, sendo que os participantes deveriam estar sem calçados, com calcanhares unidos e com a cabeça ereta. Posteriormente foi calculado o Índice de Massa Corporal (IMC) em kg/m². Para classificação, foram utilizados os percentis da Organização Mundial da Saúde. Ainda, a CC foi aferida no ponto médio entre a última costela e a parte superior da crista ilíaca, calculando a relação cintura/estatura (RCE). Valores acima de 0,50 foram considerados obesidade central. A fim de avaliar o padrão respiratório, foi realizada a cirtometria. Foram realizadas medidas das circunferências de três pontos anatômicos na seguinte ordem: prega axilar, linha mamilar e processo xifoide. Tais medidas foram registradas em dois momentos, inspiração e expiração máxima, sendo a diferença entre as medidas em cada nível anatômico considerada como a mobilidade tóraco-abdominal. A região com o maior coeficiente de amplitude expressa o padrão respiratório de cada escolar. Os dados foram expressos em frequência relativa. Foram avaliados um total de 86 alunos, com idades entre 11 e 16 anos. Na avaliação do IMC obteve-se os seguintes resultados: 6º ano apresentou 33% de sobrepeso e 11% obesidade, 7º e 8º ano apresentaram 12% de excesso de peso, com a frequência de obesidade de 9% e 6%, respectivamente. Não foram identificados escolares com baixo peso. Para RCE, 6º ano apresentou 37% dos escolares com obesidade abdominal, enquanto que nos demais anos a frequência foi de 19%. Nos achados da cirtometria, houve prevalência de padrão apical em todas as turmas (6º ano: 48%, 7º ano: 65% e 8º ano: 55%). Alterações no perfil nutricional e respiratório foram encontradas em parte dos escolares, evidenciadas por medidas de obesidade total e central, bem como pelo padrão respiratório apical. Nesse sentido, a fisioterapia preventiva atua com o objetivo de prevenir possíveis doenças provindas da desordem destes indicativos, considerando que alterações nesses marcadores quando surgem na infância e adolescência, tendem a se manter na vida adulta.