BAIXO CONSUMO DE FRUTAS, VERDURAS E LEGUMES: ASSOCIADOS À PREVALÊNCIA DA OBESIDADE ABDOMINAL EM IDOSOS.

Eduarda Meili da Cas, Mariana Dionísio de Oliveira, Pâmela Aparecida Alves Assunção, Helena de Matos Gaira, Paula Coimbra Nunes, Emmanuely Nunes Vieira, Nestor Pedro Roos:, Francisca Maria Assmann Whichmann

Resumo


A obesidade abdominal é uma condição clínica cuja prevalência aumenta progressivamente e que está cada vez mais associada à morbimortalidade cardiovascular. O consumo de frutas, legumes e verduras (FLV) é fator de proteção para obesidade, porém, seu consumo está frequentemente abaixo das recomendações. Nosso objetivo foi determinar a prevalência de obesidade abdominal e verificar sua associação com o consumo diário de frutas, verduras e legumes (FVL) em idosos. Estudo descritivo, retrospectivo com 45 idosos cadastrados no projeto de extensão universitária “Promoção de Modos de Vida Saudáveis nas Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Obesidade: da Infância ao Envelhecimento Humano”, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) da Universidade de Santa Cruz do Sul. As informações foram obtidas nos prontuários dos idosos. A frequência habitual de consumo foi transformada em porções médias e analisada a adequação dos grupos alimentares de frutas, verduras e legumes, sendo utilizada a recomendação da WHO (2003), no programa 5 ao dia, que sugere o consumo de no mínimo 5 porções de frutas e/ou hortaliças, todos os dias. Para a análise dos dados foi utilizado o Teste T para investigar a associação da prevalência da obesidade abdominal ao consumo de FVL ao nível de significância de 5%. A prevalência de consumo diário de FVL foi de 77,6% sendo que destes 53,1% consumiam menos de 2 porções todos os dias e 40,6 % entre 3 e 4 porções ao dia e 6,3% consumiam 5 ou mais porções ao dia. A circunferência abdominal aumentada foi encontrada em 79,2% das mulheres e 62,9% dos homens. O baixo consumo de diário de FVL foi associado significativamente aos altos índices de obesidade abdominal, quanto maior o índice de obesidade abdominal menor o consumo de frutas e verduras. O estudo mostra uma alta prevalência de idosos com risco cardiovascular aumentado, sendo importante desenvolver estratégias de promoção da alimentação saudável com ênfase na ingestão adequada de FVL que possuem benefícios e seu consumo inadequado apresenta-se como um dos dez principais fatores de risco para a carga global de doenças. O consumo de FVL na alimentação favorece o suprimento de micronutrientes, fibras e outros componentes com propriedades funcionais, e auxilia na regulação da gordura corporal nos idosos, sendo esses fatores determinantes do desenvolvimento das Doenças Crônicas Não Transmissíveis (DCNT). Em suma, o incentivo ao consumo de FVL deve seguir sendo trabalhado continuamente entre os idosos. Nota-se que por mais que muitos hábitos saudáveis em relação à alimentação estejam progredindo ainda assim a quantidade e variedade de FLV consumidos diariamente estão muito abaixo do recomendado.


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