As radiações ultravioletas (UVA e UVB) que atingem a superfície terrestre são responsáveis pelo surgimento de muitos problemas dermatológicos, principalmente de cânceres de pele (melanoma e não melanoma), cuja prevalência tem aumentado nos últimos anos. No Brasil, os protetores solares são classificados como produtos cosméticos de venda livre, que agem diminuindo a quantidade de radiação UV absorvida pela pele humana, sendo utilizados na prevenção de problemas agudos (como eritema solar) e crônicos (como câncer de pele). Dessa forma, a utilização diária de protetores solares é uma necessidade indiscutível. A adesão ao uso do produto envolve a facilidade de aplicação, de espalhamento e boa sensação ao toque, sendo esses requisitos fundamentais para a aceitação pelos usuários. Nesse sentido, a análise sensorial é uma ferramenta importante no desenvolvimento de formulações cosméticas, pois gera informações precisas e reprodutíveis, que influenciam na seleção de matérias-primas, padronização de métodos e otimização de formulações para desenvolvimento de cosméticos. Esse estudo teve como objetivo avaliar o sensorial de quatro diferentes formulações de protetores solares FPS 30 desenvolvidos durante as aulas práticas da disciplina de cosmetologia. A análise sensorial foi realizada com os 22 discentes do Curso de Farmácia da Universidade de Santa Cruz do Sul (UNISC), durante as aulas práticas. As quatro amostras de protetor solar desenvolvidas foram acondicionadas em idênticas embalagens e identificadas por números de 1 a 4. Os acadêmicos foram orientados a realizar a limpeza das mãos com algodão molhado em solução de álcool isopropílico e água destilada na proporção 45:55, antes e entre as aplicações das amostras. A aplicação das amostras foi realizada no dorso das mãos com o auxílio de espátula. O número de fricções e o tempo de aplicação foi de livre escolha. Os participantes responderam a um questionário para cada amostra, avaliando os atributos táteis (leveza, maciez no espalhamento e sensação de água) e atributos reológicos (espessamento, transparência, elasticidade e brilho), atribuindo, a esses, valores de 1 ou 2, conforme categorização prévia. Os resultados foram tratados estatisticamente no software Excel®, para média e desvio padrão e posicionados em um sistema de duas coordenadas, expressos em gráfico de bolhas. Verificou-se que as amostras 1 e 2, apresentaram alta reologia e foram classificados como rígidas (menor espalhabilidade) e não brilhantes, sendo que a amostra 2 mostrou-se com característica mais nutritivas, com maior dureza e sensação não aquosa em comparação a amostra 1. A amostra 3 encontra-se mais homogênea com relação aos parâmetros táteis e reológicos, estando presente em praticamente todos os quadrantes, apresentando características mais equilibradas em comparação as demais. Dessa forma, a amostra 3 foi classificada como de maior aceitabilidade pelos acadêmicos, atendendo aos padrões físicos e sensoriais ideais: boa textura, brilho, adequada percepção residual, fácil espalhabilidade e sensação de refrescância equilibrada. A amostra 4, por sua vez, possuiu baixa reologia, mostrando-se elástica e brilhante, porém com atributos táteis que a tornam mais líquida. Na avaliação dos acadêmicos, o teste de avaliação sensorial mostrou-se imprescindível para a escolha dos componentes de uma formulação com melhor aceitação pelos usuários, tornando-se uma ferramenta importante do desenvolvimento de cosméticos.